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Tenho acordado em suaves prestações nesses últimos dias

Um mergulho profundo no escuro, sussurros
Silencio que ecoa no poço a qual eu me curo
E de todas as vezes em que pensei em sumir
O que me levava daqui, era já não estar aqui

Percebi que nem todos querem ver além daquilo que os cegam
A cada loucura, mil centelhas, fagulhas que nos cercam
E normalmente, a minha intenção não é a de ser compreendido
Partes saem, partes ficam e em mim, sinto-me dividido

O café vencido da tarde, a garoa fina que vem pós tempestade
E o cheiro de um incenso que me invade junto à saudade
Eu tenho acordado cansado nesse outono com cara de inverno
Chorei quando mais precisava ter sono em litígio interno

A vontade não é de extinguir,
Mas extremamente de existir, me corrigir
Em uma vontade de submergir
E intimamente me desconstruir, explodir

Você já parou hoje para se perguntar qual das coisas que perdeu que mais te fazem falta?
Eu tenho acordado em suaves prestações nesses últimos dias, em que nada está em pauta

Comentários

  1. Nossa, desconhecia esse seu blog. Achei o texto maravilhoso, me vi em partes dele. É o que tem acontecido nos últimos dias.

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