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Mostrando postagens de março, 2017

Hipnos

Recebemos o sono para sonhar Ter pesadelos ou descansar Percebemos que o erro é linear Nada perfeito e sim circular O corpo que não se movimenta A mente superada lamenta O espírito que voa, então venta A visão turva experimenta A Luz de uma simples prece E sua fé, que não desaparece

Chamaleão

Me irrita o ato de quem observa o esboço E critica meus rabiscos Não é só por o lápis no papel e está pronto É muito mais que isso! Não dá pra obter resultados diferentes Quando você faz tudo igual É loucura, frase de Eistein e sua mente Não nas paredes do hospital Poucos vão entender todas as sua referencias Só aqueles que convivem contigo Eles comercializam nomes por sua existência E colocam a resistência em perigo É, são as ciências anti-sociais Às vezes sinto a falta de chamar alguém de lar São as crenças, somos banais Há laços sem nós ou só cordas pra se enforcar Mas aí, eu vou ou você vem morar aqui? Quero cordas novas pra tocar Ou quem de nós será o primeiro a partir? Quero guerras novas pra focar Espera, nem sombreei os pés na areia Espera, nem pintei o céu de Lua cheia

Apólogos de um Vagamundo

Não sou telepata Não entendo a mente humana Muito menos a minha Não sou acrobata Não me equilibro muito bem Muito menos na guia Não uso gravata Não me arrumo muito pra sair E tenho péssima caligrafia E eu não sou entusiasta Nem pirata ou cineasta condecorado Sou soldado de tropa vencida Espero que algum dia Zeus jogue o seu trovão Acerte meu peito refletindo em meus braços abertos Que meus olhos brilhem mais do que escuridão De sorriso maquiavélico, que possa ser mais honesto Um sarcasmo de Fausto, apócrifos e sintéticos Enganando Deus e o Demônio em formato poético Em meio à escravidão mental do que é patético Me sinto cético, mas me prendo à mitos esotéricos Jogo as lascas, jogo os fardos Garimpo relíquias de brechó ou bazar Jogo as cartas, jogos os dardos Lanço a sorte e não quero receber azar

Dei-me-ti (seu calor)

Estrela com olhar de constelação Diga que será minha liberdade Supere e se infinite de proporção Diga que se fará de intensidade E penteie minha barba com as suas mãos Diga-me maldades com suavidades Com carinho o pescoço cheio de arranhão Diga-me verdades com habilidades Na delicadeza de um sopro aos ouvidos E eu tenho me referido ao seu gemido Coração deferido de dois desconhecidos Ao bom som, sou mais um destemido Mas não arrependido de aventuras e da busca Hostil, sombrio e aberto ao arrepio Incógnita, das esculturas barrocas ou robustas Suas poesias preenchem meu vazio Estado civil, febril As janelas se fecham e param de ventar O frio se foi, tardio Mas dizem que nunca é tarde pra tentar De tanta ansiedade Voamos tão longe para tocarmos o Universo Mas tranquilidade Eu não vou deixar o nosso tesouro submerso

Bulevar

Aqui, Bem aqui Onde (...) A diferença entre um dia de Luz e um de Escuridão São os passos que se dão, de valor ou em vão Com ou sem direção, pés descalços e o frio do chão As mãos nas grades da janela à sua observação Passamos dias de confusão e geralmente eu me pego distraído Eu tive pesadelos horríveis e acordei paranoico Tudo que vinha e ia, já tinha acontecido ou já estava destruído Eramos receios de existência, recheios heroicos Guerras de ego não levam ninguém à vitória Nada aos próprios olhos e a transformação para o mundo Guerras internas não escolhem uma trajetória Nada ao próprio ser interior, mas uma explosão ao mundo Em estações do ano, somos árvores em desenvolvimento Não será sempre que daremos frutos Mas também não é tudo sempre de força ou de sofrimento Apesar da solidão livre como escudo Mas eles já nos conhecem Sorrimos mascaradamente com folhas de primavera Mas eles já nos conhecem Choramos com as folhas de outono, como se espera

Jardim de Rosas e um Céu Azul

Procurando errado Fazendo prosa Quem planta cacto Não colhe rosa Mas apesar dos espinhos Eu prefiro mais do que as margaridas Entre perfumes e desafios As belezas que não estão escondidas Elas se vão Enfim, mas além de eu ter minhas preferidas Elas se vão E me fizeram acostumar com as despedidas É, e nas mais queridas feridas Eu me acostumei que tudo cicatriza O tempo homicida nos ensina Que nós estamos sempre de partida Vai Verão e vem Outono E assim, no ciclo, logo vem o Inverno e a Primavera Entre a insônia e o sono A espera se transforma em quimera ou em atmosfera E eu volto a sonhar com aquele céu azul Estranhamente, desnorteando para o Sul

Entre Infames Romances e Notícias Populares

Vivemos entre os infames romances e notícias populares Mas a sua missão não é ser grande e sim de somar junto aos bilhares Bares de esquina, igrejas, centros, praças e outros lugares Teu ego te faz cego ao seu redor e te encarrega ao centro dos olhares Muitos querem ser maiores do que aquilo que pregam Mas há uma diferença enorme entre palavras e atos, muito banal No fundo se acham o novo messias, então se entregam Jogam as suas merdas faladas em ventiladores, em rede nacional Se matar e roubar é pecado, por que continuam? Vivem da gula, avareza, luxúria, ira, inveja, preguiça e soberba Se fortalecem da pobreza e por que continuam? Pregam a humildade, mas humilham com a máscara da nobreza Queria muito estar escrevendo uma poesia de amor Pelo menos Mas as vezes a fúria me consome com o pior sabor Do veneno

Crusca

E esse perfume que chega junto ao som Nas imagens, na memória do que ainda não existe E esse ambiente transtornado, transitório Transformando as conversas antigas no que reside O que era comodo, cheio de ideias tortas Agora é simplesmente insignificante Na verdade, creio que nada mais importa Além da espera de um novo instante Na pressa de que o tempo não passe Futuras fotos na estante e gavetas de meias abertas Na pressa de que o tempo não passe Aquecidos no lençol de suor e no chão, as cobertas Quero não procurar mais E quero pertencer mais Quero nunca perder, mas Eu quero proteger mais Então, mudam-se as formulas e os formatos da manifestação (Patético) O que nunca muda é essa eterna explosão de infinta munição (Romântico)

Semita (O que te falta?)

O possível homem livre Apesar da escuridão, esperançoso Em frente ao que oprime Ele enfrenta ao tornar-se corajoso Meu Deus, me dê forças Para suportar toda minha fúria Onde o silencio repousa E minha mente usará a astucia O possível homem grande Apesar de toda escuridão, que sabe tem que usar Almas nas costas, ofegante Lamenta não poder se redimir ou poder se salvar Meu Deus, não há perdão Para suportar toda minha loucura O mármore d'uma canção E o fogo do inferno é mera tortura Um homem na encruzilhada Sabe que perderá tudo oque terá no caminho que não escolher Entre uma caneta e a navalha Sabe que perderá tudo oque terá no caminho que não escolher E é aqui onde os traços a lapidar tomarão as suas formas Remonto minha cabeça e sobram parafusos sem reforma "O que faço? O que falta?"

Peixes (parte 2)

Não desista de sofrer Pois vale a pena E medos, são cautelas Não problemas Difícil é aceitar qualquer carma Destino que nos desarma Difícil é aceitar qualquer marca Que não cicatriza na vala As sarjetas da vida Orquestra sem sinfonia Cores sem poesias A mágica sem maestria Fiz canções e poemas que poderiam levar seu nome Mas transformei em signos, símbolos e demônios Alguns eu expulsei e outros foram meu inferno astral Alguns eu tatuei e outros eu encontrei nos sonhos

Sou Agora (O retorno pra Casa)

Sou agora, a cama vazia Na saudade dos corpos que me abitavam E se enchiam inteiramente de vida Sou agora, a musica antiga Na esperança dos que ainda relembram Em coro distante, sem melodia Sou agora, a cidade horizonte Na noite, com as luzes bem longe como pintura Em um sopro de velhas fantasias Pela janela ao som do carro A Playlist que fiz pra essa viagem solitária Onde a fadiga obriga e abriga Desejos de voltar atrás Não são raros quando se para pra pensar No que se perdeu, no que eu tinha Sabe... voltei a ver as velhas séries A comprar novos livros e procurar novas bandas estranhas Voltei com meus alicerces e vigas Sou agora, o retorno pra casa Em dias de Sol ou Chuva, Luz ou Trevas Meu violão ainda cria (...)