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Mostrando postagens de agosto, 2017

Entre Tônicas do Silêncio e Mil Vozes

Dentre vastas frases em vão Uma me chamou atenção Veio como um convicto não Ou cheio de moral e lição Disse-me Os lírios não são assim tão bonitos E os campos não são tão verdes Aquele que sente, é mero distraído É o ilusionista da própria mente Estava equivocado Não foi de veras, traído Sentia-se enforcado Do mundo, um excluído Nós vemos só o que queremos ver E de tanto ver, esquecemos das visões do outro O que enfraquece poderá fortalecer E vice-versa, vide versos, somos todos monstros Anjos, Demônios... Nós somos heróis e vilões E às vezes, os singelos figurões a observar Somos silêncios e sermões Consciente inconsciências a desconcentrar Pois também somos horizontes intocáveis Assim, como nós também temos nossas paixões platônicas Podemos ser compreensão ou indecifráveis Dissonantes, ressoantes e cheios de assimetrias harmônicas Estamos sempre aprendendo ou ensinando Ou estamos nos arrependendo e a(r)mando

Viagens no Templo

Lagos esquecidos Avenida da Saudade Jardim Primavera Bairro da Liberdade Quando desce na Consolação Fica mais distante Dia cinza de qualquer estação Esquina do gigante De Vila Rica à Praça da Piedade Rua da Forca e Campos Elísios Parque Ideal, Via das Majestades Casa das Orquídeas no 3° Piso Vou à vários lugares Para esperar por alguém que nunca mais vai voltar Subo vários andares Pra chegar mais perto de quem não posso alcançar Aquelas nossas músicas antigas fazem-me, o saudosista Transportam-me ao lembrar de um tempo bom, na pista...

Cedência de Redenção e Gradação

Ando perdido pela estação De um destino desconhecido Sem condição ou condução Peregrinação, olhar dividido As folhas desenham o vento Não caem de imediato Um choro traz o nascimento Histórias de um retrato Nada é exatamente aquilo que se vê No peso que se carrega em um sorriso O desespero na serenidade à mercê Ou a escuridão que se reflete no brilho Todo olhar tem um Universo escondido Inteiramente vasto em estrelas ou vazio A visão embaça de vermelho Não são lágrimas de sangue O reflexo se perde no espelho E não é nada, nem foi antes Todo olhar tem um Universo expandindo De estrelas cadentes, mundos explodindo E com o passar dos anos você começa a perceber Que na vida não possui conta de ciência exata Sem prazo para devolver sua alma ou reconhecer Que não é só tática, pois na prática há pro rata

Libélulas

Eu deixo em aberto toda contra-argumentação Mas se eu achar que nem vale a pena, nem prossigo Opiniões já formadas por bolhas geram tensão E merecem atenção até certo ponto, depois é perigo Se é de direita ou esquerda, tem religiosidade ou ateísmo Até o que deveria ser diversão entra nesse cinismo É tudo a cultura de vendas, somos filhos do consumismo São atores mascarando seu altruísmos em egoísmo O que mais me irrita é isso causar comoção A transformação e a transmutação da ilusão Você luta tanto pra tentar ser alguém Não compreendeu que você já é? E você tenta acreditar em algo maior Mas já foi presenteado com a fé! Não deixe moldarem sua mente e seu corpo Mesmo que ser fora de moldes seja ser louco

Enforcados

Me sinto cheio ao lado do vazio É muito peso e eu necessito descansar os meus ombros Mas me sinto inteiro ao sombrio Sei que preciso livrar-me de meus monstros, escombros Os meus fantasmas, eu já expulsei Mas quando a mala ficou cheia, foi preciso livrar-me das tralhas E muitas coisas ao lixo, eu joguei Mas nunca imaginei que seriam tantas coisas a não me fazer falta Estou sempre renovando minha bagagem Afinal, é longa essa jornada e essa viagem O único presente que eu sinto que seja real É o conhecimento Mas até isso o tempo pede de volta no final E ao firmamento... Ninguém aqui é algo eterno Então muitos se enforcam com o passar dos anos Tomam seu próprio veneno Que sai da própria saliva, em suas cordas de planos E administrar o tempo me parece algo tão vago Pois é como se eu jogasse várias vezes os dados

Reflexo no vidro do Ônibus

Instintos diferentes Destinos próximos Aquele olá ausente Altruísta e retórico Se perdeu... Ou eu que perdi Sei lá, indo pelos outros caminhos Ou eu que sumi Nos atalhos, bifurcações, desígnios Se encontrou... Mesmo cheio de nó na garganta Não se enforcou em gravatas E fez da escuridão o seu mantra Nos raros dias de sol e regata Lado B... Meu bônus de um dia cinzento A conversa de olhares, silencio

Aita

Um poder total sobre o destino, não Mas talvez uma intenção Não sabemos quando está pronta a nossa criação Desenho, escultura ou canção O que temos é a certeza em contradição Vários dias de contramão Dias de presentes e dias de lição Dias modestos e dias de ambição Largo o meu linear na fúria contra a prisão Tenho lampejos de concepção Cheio de hesitação, ainda acredito na continuação E muitas vezes inerte, tenho fé na elevação Sei muito e sei tão pouco sobre aquele que sou...

Anchieta

O peso é leve pra quem já o carrega A brisa leva quem levanta um pouco o rosto e fecha os olhos Essa tormenta é só mais uma chuva Tudo é sombrio, me sinto confuso quando estou muito sóbrio Mas sobriedade não em abstinência Não falo das ilícitas, mas de vendas O peso de suas costas estão em suas malas Ou tudo aquilo que você escolheu carregar para a sua jornada O que te faz seguir, te protege ou te encara Todo carro que passa, toda carona que para, a próxima parada Mochileiros sem destino concreto Só asfaltos, terras, Verão e Inverno

Esboço Sintético do Talvez Eu

Me perdi em esperanças Me reencontrei nos medos E me confundi em ânsias Onde se exalava o veneno Nunca fui de amar por amar Mas entendi os meus desapegos Talvez fui de sangrar, chorar Passar mal, mas parecer ser seco Com as lágrimas na alma E o nó em minha garganta Já vomitei muitas palavras De derradeira desconfiança Por mero orgulho meu, eu nunca voltei atrás Muitas vezes arrependido Eu tive uma insonia, que só a ansiedade traz Nos sentimentos partidos Ainda assim trilho o meu caminho sem ter medo de errar De ser deixado ou deixar, ser questionado e questionar Ainda assim caminho com extrema vontade de encontrar Aquilo que eu sei que o destino faz questão renderizar Eu...

Arbítrio

Sabemos o que somos e fomos E sabemos de cada escolha que tomamos Na medida que nós crescemos Entendemos melhor o que nós queremos Nascemos com mais de mil caminhos E com apenas um destino certo De olhar escuro e um brilho cristalino Poeiras de um Universo deserto Em cada bifurcação ou contramão Somos culpados ou vangloriados  Em cada direção de autoavaliação Somos os acusados ou exaltados Nós somos os Juízes do nosso próprio juízo E responsáveis por nossos lucros e prejuízos Dizem que nós nascemos e morremos sozinhos Mas alguém te traz e alguém te leva Faça de seus sonhos realidade ao que está vindo Enquanto ainda se levanta da queda