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Mostrando postagens de novembro, 2016

Discípulo dos Olhares

Se eu fosse menos sincero, poderia até ter mais amigos Mas eu não me importo com a quantidade E mesmo se essa sinceridade me trouxer mais inimigos Sei do que preciso e quem sou de verdade Que meras quimeras vemos nessa vida de lordes Monstros sem forças para caçar, se prostrar, ou, rugir Sinto pena de quem apenas late, mas não morde De todos pulsos que o tempo dá, não consegue reagir Se responda, para continuar sua caminhada Sua natureza é selvagem ou é domesticada?

Somo(s)

Nós até somos o que somos Parte do que fomos E inteiros do que compomos Uma arte sem dono Dizem - Gente desinteressada me estressa Corro e quase sempre estou com pressa Eu digo - Gente desestressada me interessa Não sou o melhor cara pra essa conversa Mas gosto muito de discutir ideologias E eu tento a todo momento mudar minhas teorias Criar novas perspectivas em simpatias Longe das velhas filosofias e em novas cafeterias Ou um bar, cheio de críticos, filósofos e físicos Falando do prisma que muda nossa percepção do que a Luz já é Onde ouros e diamantes tem a cor do homicídio Confusos nos valores antigos e invertidos maiores que amor e fé Direitas e Esquerdas, sem um centro ou todo São pessoas que se apaixonam por coisas Perdidos na natureza de um pântano de lodos São poucos que se apaixonam por pessoas Somos a Matemática inexata do Universo Somos um Big Bang raro de cada passagem temporal Fazemos ligações, desligações e reversos Deixo de lado com o saber se

Corre

Meditando sobre as flutuações Entre maldades e boas ações Passageiro da vida em canções Lembranças, sonhos, frações À mercê da gravidade E grave, de se elevar Presos pela eternidade Deixam o vento levar Entre os ganhos e percas Ou choros e bençãos Entre liberdades e cercas Desprezo em afeição E o momento de agir vem Te pede impulso, sem pegar a distancia Não há muito tempo refém Saia do escuro, que ainda há esperança

Âmagos e Aspectos

Escravos desse mundo Parece que o tempo passa parado Onde o tolo mais burro É o que segue e ergue teu legado O líder de palavras repetidas O soldado que aceita missões suicidas O sacerdote que cria feridas E o missionário com a sua Luz perdida  Todas as almas tem uma essência   Pessoas de mentes intelectuais, diferentes Onde podemos ver essa desavença De atos circulares, quadrados e recorrentes O inteligente te dá exatidão e não te dá dicas O sábio diz frases para que você reflita O esperto se ajuda, mas às vezes te complica E o inimigo te engrandece ou te elimina  E estes estão todos em seu caminho Mas também, são suas escolhas a seguir Há a maldade e a bondade evoluindo Mas dentro de você, uma delas vai surgir Viemos para aprender, sem alguma beleza A como lidar com a nossa própria natureza

Meio Céu

Estamos em movimento Mas nossas órbitas não colidem De horizontes e templos Onde nossas forças comprimem Imagina o contato E qual seria o tamanho do impacto? Desastre imediato Será que estamos sendo sensatos? Vejo nas superfícies Cores que não estão em seus solos Índices de planícies Perspectivas de abraços sem colos Seguimos no ritmo das batidas Mas às vezes paramos quando estamos acelerados Seguimos de cicatrizes e feridas Mas às vezes paramos para sentir essa dor calados Gritamos alto ao nosso mundo Fazendo nossa tempestade silenciosa E levantamos castelos e muros Somos absolutos em orações e prosas Perdidos no poder do que achamos que é nosso Apenas sorteamos cartas em meio aos destroços

Deus nos deu Asas

O sentimento do dia às vezes não está igual ao de ontem E nem sempre está igual ao de 20 minutos atrás A Lua transborda meu mar ao enfurecer as minhas ondas E a minha maré toca bem mais que um mero cais Puxa tudo pra dentro desse Universo, Atlântico Mecanismo quântico dentro de mais um cântico Fui simétrico o quanto pude Mas comecei a delinear por bifurcações Tudo era turvo e eu era rude Mas comecei a me acalmar em canções O que me salvou já estava aqui Dentro de mim Uma vontade imensa, de sumir Sair de lá, d'ali Eu fiz de meus silêncios, poesias As minhas práticas, eu até transformei em teorias Eu ainda tenho muita rima repetida E sei que preciso aprender muito mais com a vida Aquilo que eu leio ainda não me sustenta tanto Reflito no espelho de infinitos do meu ser E é dentro de um momento a sós em meu canto Sem esperar acontecer, compor, escrever Colei gravuras de absorver e observar Perseverar Mas tudo o que eu queria, era só voar E assoviar

Amo Estórias sem Fim

O clube da solidão só tem um por sede No lar de seus quartos escuros, onde não se perdem Mas é bem onde toda lamentação procede E sem alucinógenos, é onde a música os entorpecem Eu gosto de viver e às vezes deixo de lado As coisas que mais gosto, para aprender coisas novas Eu não pertenço à solidão, nem à multidão Pertenço ao momento e sou perguntas sem respostas Sem provas, sou um Tomé confuso com toda essa visão Quero saber, mas não vou procurar vidente nem previsão

Asfixia

Mãos ao alto É para a revolução ou é um assalto? Nãos em atos É para repressão ou é um planalto? Superficial nas redes Mas profundo e sedento A proteção ao verde Enquanto, passa-tempo Da fala boa e da dissertação impecável O bom homem burro Nos muros a nossa impaciência notável  Berros em sussurros Muitas vezes nós não levantamos bandeiras Com medo de nos envolvermos demais com toda essa guerra Então ficamos perplexos em meio à asneiras Só ouvindo e observando o que está sendo plantado na Terra Difícil viu meu filho, saber que alguns frutos nascerão podres E que as raízes param no que é concreto Difícil viu meu filho, não saber qual será o perfume das flores Tubos de ensaio sem abelhas ou insetos Eu deixei de amar o mundo E estou a cada dia mais inseguro De hipocrisias, me confundo E tento buscar forças, lá no fundo Pra quem sabe, tentar viver (bem) Ou, ao menos poder morrer (bem)

Kairós

Meus olhares sempre estiveram em outros lugares Direções bem opostas ao que eu observava A visão ia mais além dos horizontes ou paisagens Lá na imensidão, era Eu, que eu procurava

Cogumelo Vênus

Sínteses e sintéticos Sem vidas ou artificial O mal-estar estético A semente superficial Nesse caso o segundo plano é pior que o primeiro Coisas que ficamos calculando tentativa e erro É algo que falamos para o inconsciente desde cedo E está em tudo o que fingimos que não vemos Nesse caso é tudo aquilo que achamos que temos Palavras pequenas nos termos que não lemos Sorriso ou abraço surreal nas pinturas dos templos Saber como lidar com tudo que é dos avessos Mas o que realmente está de fato dos avessos? Concordâncias entre preconceitos ou conceitos? Tenho medo de mentiras e verdades Acredito que nem tudo é ansiedade Que o que acontece nas banalidades São as facilidades longe das grades Estou bem onde eu queria chegar com meus versos Imerso e introverso, mas no centro de seu Universo Não tente me entender Tente-se Não tente me submeter Tente-se

Manicômio

Gosto de perguntas com mais de uma resposta ou mudanças Nada exato, nem contraditório, apenas interpretações A música que expressa o sentimento em palavras ou danças E no que você prefere explodir ou dizer aos corações O nosso olhar é responsável por pêsames e alegrias Nossa voz é responsável por fúrias e euforias  Nossa melodia é responsável por simetrias e teorias Assim como lembranças que eu não apagaria O tempo passa e os loucos se transformam em gênios O tempo para e tradicionalistas nos roubam o oxigênio Se o que queremos é viver Deixamos de lado alguns saudosismos Se o que queremos é viver Deixamos de lado todos os ceticismos Há um reumatismo no romantismo de hoje em dia Algum mecanismo que não vimos fora das poesias Gosto das conversas de anos atrás Que continuam no agora, bem de onde nós paramos Gosto de pessoas que não vejo mais Mas quando vejo, parece que nunca nos separamos Eu nem ligo por estar ficando mais velho a cada segundo`