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Mostrando postagens de 2016

Calvinos

Sobre ser ou não ser, não ser uma questão Talvez uma opção na contramão Ou a contradição como opinião O que realmente é ver na era da informação? Onde tudo é tragédia ou decepção Tolos não mudam com a sua oração "Os ignorantes são mais felizes Não precisam sofrer ou ter cicatrizes" Sobre ler ou não ler, ser o seu leilão Sobre ter ou não ter, sua tentação Sobre crer ou não crer na criação De tatos e contatos, o sim ou não Do afeto e do afetado, a continuação Aos reles e raros, a fascinação "Os ignorantes são mais felizes Não precisam sofrer ou ter cicatrizes"

Filólogos

O imã, é a atração entre os opostos Só entende o prisma, os que estão dispostos Brilham, os que se deixam expostos Só entende a rima, quem faz com proposito Nem toda interpretação está no recitar Sorrisos de perfumes e dos sons à decifrar Nem toda observação é feita pelo olhar Sem apagar, por cima dos rabiscos a editar Você já sabe o que é passado, presente e futuro, Sabe onde quer estar ou está em cima do muro?

Verde, Seiva

Triste é a flor que não desabrocha Sem manar, emanar ou brotar Somos as águas do rio nas rochas Esculpimos ao moldar, rachar Reestruturamos todas essas pontes naturais O que parece destruição, é um quadro inacabado Não temos pressa aos que parecem surreais E recriamos em alicerces do que já foi sepultado A vida é uma sequencia e o mundo gira O que fica em inércia ou intacto, não segue essas linhas É quadrado e não se movimenta em ira Busco novos mantras em mensagem sonora que inspira E tenho como religião tudo o que é Novo Original e estranho, mas não um estorvo

Ciganos

A saudade é mentirosa Ela te faz voltar no tempo, enquanto você para A realidade é perigosa Ela é gravidade, onde a coragem é atitude rara Os pulsos e impulsos ficam nos sonhos Trazê-los para o corpo é uma força de vontade árdua Os cultos e ocultos são nossas orações Fazemos de fé, como se nós pudéssemos tocar a lua Mas quando o passo é dado Surgem novos horizontes e novas aventuras a desbravar Errante, o solitário soldado Marcha para a guerra, com pouca estratégia pra enfrentar Ficamos à mercê do karma Em velhos ditados de - Aqui se faz e aqui se paga Pedimos paz pra nossa alma Mas às vezes, nem sabemos aonde é nossa casa Mas confuso mesmo É ver pessoas perguntando para o seu Deus Porque dá tudo errado Sem ao menos fazer nada por um dos seus...

Flor e Ser

Intercâmbios astrais de uma busca Eu precisava ouvir, eu precisava ler e ter habilidades Recebi presentes de Vênus e da Lua As constantes mudanças imploram pela estabilidade Nós andamos lado a lado Até que os nossos caminhos nos separarem Temos missões e legados Deixados por essência de sonhos e coragens Tudo que envolva seu desenvolvimento, é muito mais que bem vindo Tudo que envolva a inércia, é seu verdadeiro inimigo e seu precipício Sei que todo herói de guerra Deseja desfrutar de suas conquistas Ter seu espaço e suas terras Mesmo sem ter um manual ou pista Seguimos sem capas Estamos no meio um bombardeio, sem reforços Seguimos sem mapas Somos principes e herdeiros de nossos esforços Crises existenciais só existem aos que não possuem suas escolhas Aos que se aprisionam dentro de um sistema operacional, de bolhas E para viver Liberte o que precisa morrer Pra renascer Queime e se deixe florescer

Nível(ar)

Em percepções temporais diferentes E onde cada um sabe o que te faz bem Não cabe a nós comparar as mentes É uma perca de tempo e vai mais além Gostamos de hobbies, músicas ou artes Que nunca imaginaríamos começar a gostar ou conhecer Partir é deixar ir ou não fazer mais parte De escolher, colher seus novos caminhos e se desprender O desespero é o que nos infecta Acreditamos, que o erro é humano E o desapego é o que nos liberta Pois não pertencemos à esse plano Deixe a sua vida, deixe a sua gravidade Você não se encontra por dentro se ainda estiver por fora O Universo é muito mais que a verdade Em Big bangs diários, o tempo é muito mais que o agora Está mesmo preparado pra ir Ou conseguir seguir? Não deixe o saudosismo rugir Aja, é hora de reagir! E dos 7 bilhões de humanos invisíveis Você prefere nivelar, ou, atingir níveis?

Concepções

Em nosso terrorismo Incrédulos ao ver tanta mente trancada, sem saber amar Nosso espiritualismo Num Deus maior que os religiosos deixaram de enxergar Ensinamentos interpretados Que podem até ter sido corrompidos e deturpados Não sabemos ao certo, Atos Se é que bem me entendem, apóstolos renegados Entidade dogmatística, natureza morta, abstrata Onde maldades mascaram condutas E a minha mente sempre reluta ao que se relata Pois, são tantas verdades absolutas Com toda a sabedoria do firmamento Sem preconceito, nos deixe viver o tal do livre arbítrio E com tanta riqueza de ensinamentos É impossível que seu Deus queira ouro em santo juízo Religiões não deveriam matar ou maltratar Já pensou que o seu dízimo poderia estar no amor ao próximo? Religiões não deveriam julgar e sim, juntar Já pensou que o seu dízimo poderia estar no amor ao máximo?

(De)Nota-se

Essa realidade suja toda inocência As tentações distanciam o amor Você escolhe o que te faz presença No frio, todos queremos o calor Onde as madeiras podem se apagar Em meio à tantos planos de fuga Procuro quem tenha planos de ficar E me traz sabedoria com loucura A mistura dos sabores O doce que vem com um toque azedo Onde nós vemos cores E na escuridão, esquecemos do medo Dizem que eu ando na contra-mão Mas apenas peguei outra via, expressa O que te faz sentido ou te dá razão Não é algo que busco ou me interessa E se o que realmente levamos São paixões e sabedorias Por que então nós ostentamos As marcas e não teorias? Sabemos que na morte, iremos só Mas viver sozinho é idiotice Essa humanidade, é cheia de nós De porcentagens ou índices Não são meras questões de felicidade Pois não é uma busca exata E cada um sabe o que quer de verdade Mas se atrasar, não há pro rata

Meio Assim (Sei lá)

Em um ciclo de ações Um caminhão de emoções Ou trem de reclamações             (Sei lá) Dos tantos ódios e paixões Ou as várias repetições Intensas decepções Porcentagens e frações           (Meio assim) Frases sem reações Estamos exatamente aqui Corajosos à procurar E encontrar algo sem fim Ao menos, no tentar Sonhar ao sorrirmos acordados Parece até que, desesperados Almas, em pedaços separados E um quebra-cabeça de aliado Tentando se encaixar de peça por peça Em uma vida inteira, cheios de pressa            (Preces) A verdade absoluta é uma grande ilusão Nunca vamos entender o sentimento dos outros Quem pode te libertar, é o seu coração Nunca vamos entender as criaturas e monstros O que precisamos entender É que cada tropeço nosso, é cula nossa Na sua atenção a se perder Se prender, a guiar ou puxar uma carroça Fazemos parte do nosso destino Cheios de apegos e saudosismos                (Eternos sonhadores)

Discípulo dos Olhares

Se eu fosse menos sincero, poderia até ter mais amigos Mas eu não me importo com a quantidade E mesmo se essa sinceridade me trouxer mais inimigos Sei do que preciso e quem sou de verdade Que meras quimeras vemos nessa vida de lordes Monstros sem forças para caçar, se prostrar, ou, rugir Sinto pena de quem apenas late, mas não morde De todos pulsos que o tempo dá, não consegue reagir Se responda, para continuar sua caminhada Sua natureza é selvagem ou é domesticada?

Somo(s)

Nós até somos o que somos Parte do que fomos E inteiros do que compomos Uma arte sem dono Dizem - Gente desinteressada me estressa Corro e quase sempre estou com pressa Eu digo - Gente desestressada me interessa Não sou o melhor cara pra essa conversa Mas gosto muito de discutir ideologias E eu tento a todo momento mudar minhas teorias Criar novas perspectivas em simpatias Longe das velhas filosofias e em novas cafeterias Ou um bar, cheio de críticos, filósofos e físicos Falando do prisma que muda nossa percepção do que a Luz já é Onde ouros e diamantes tem a cor do homicídio Confusos nos valores antigos e invertidos maiores que amor e fé Direitas e Esquerdas, sem um centro ou todo São pessoas que se apaixonam por coisas Perdidos na natureza de um pântano de lodos São poucos que se apaixonam por pessoas Somos a Matemática inexata do Universo Somos um Big Bang raro de cada passagem temporal Fazemos ligações, desligações e reversos Deixo de lado com o saber se

Corre

Meditando sobre as flutuações Entre maldades e boas ações Passageiro da vida em canções Lembranças, sonhos, frações À mercê da gravidade E grave, de se elevar Presos pela eternidade Deixam o vento levar Entre os ganhos e percas Ou choros e bençãos Entre liberdades e cercas Desprezo em afeição E o momento de agir vem Te pede impulso, sem pegar a distancia Não há muito tempo refém Saia do escuro, que ainda há esperança

Âmagos e Aspectos

Escravos desse mundo Parece que o tempo passa parado Onde o tolo mais burro É o que segue e ergue teu legado O líder de palavras repetidas O soldado que aceita missões suicidas O sacerdote que cria feridas E o missionário com a sua Luz perdida  Todas as almas tem uma essência   Pessoas de mentes intelectuais, diferentes Onde podemos ver essa desavença De atos circulares, quadrados e recorrentes O inteligente te dá exatidão e não te dá dicas O sábio diz frases para que você reflita O esperto se ajuda, mas às vezes te complica E o inimigo te engrandece ou te elimina  E estes estão todos em seu caminho Mas também, são suas escolhas a seguir Há a maldade e a bondade evoluindo Mas dentro de você, uma delas vai surgir Viemos para aprender, sem alguma beleza A como lidar com a nossa própria natureza

Meio Céu

Estamos em movimento Mas nossas órbitas não colidem De horizontes e templos Onde nossas forças comprimem Imagina o contato E qual seria o tamanho do impacto? Desastre imediato Será que estamos sendo sensatos? Vejo nas superfícies Cores que não estão em seus solos Índices de planícies Perspectivas de abraços sem colos Seguimos no ritmo das batidas Mas às vezes paramos quando estamos acelerados Seguimos de cicatrizes e feridas Mas às vezes paramos para sentir essa dor calados Gritamos alto ao nosso mundo Fazendo nossa tempestade silenciosa E levantamos castelos e muros Somos absolutos em orações e prosas Perdidos no poder do que achamos que é nosso Apenas sorteamos cartas em meio aos destroços

Deus nos deu Asas

O sentimento do dia às vezes não está igual ao de ontem E nem sempre está igual ao de 20 minutos atrás A Lua transborda meu mar ao enfurecer as minhas ondas E a minha maré toca bem mais que um mero cais Puxa tudo pra dentro desse Universo, Atlântico Mecanismo quântico dentro de mais um cântico Fui simétrico o quanto pude Mas comecei a delinear por bifurcações Tudo era turvo e eu era rude Mas comecei a me acalmar em canções O que me salvou já estava aqui Dentro de mim Uma vontade imensa, de sumir Sair de lá, d'ali Eu fiz de meus silêncios, poesias As minhas práticas, eu até transformei em teorias Eu ainda tenho muita rima repetida E sei que preciso aprender muito mais com a vida Aquilo que eu leio ainda não me sustenta tanto Reflito no espelho de infinitos do meu ser E é dentro de um momento a sós em meu canto Sem esperar acontecer, compor, escrever Colei gravuras de absorver e observar Perseverar Mas tudo o que eu queria, era só voar E assoviar

Amo Estórias sem Fim

O clube da solidão só tem um por sede No lar de seus quartos escuros, onde não se perdem Mas é bem onde toda lamentação procede E sem alucinógenos, é onde a música os entorpecem Eu gosto de viver e às vezes deixo de lado As coisas que mais gosto, para aprender coisas novas Eu não pertenço à solidão, nem à multidão Pertenço ao momento e sou perguntas sem respostas Sem provas, sou um Tomé confuso com toda essa visão Quero saber, mas não vou procurar vidente nem previsão

Asfixia

Mãos ao alto É para a revolução ou é um assalto? Nãos em atos É para repressão ou é um planalto? Superficial nas redes Mas profundo e sedento A proteção ao verde Enquanto, passa-tempo Da fala boa e da dissertação impecável O bom homem burro Nos muros a nossa impaciência notável  Berros em sussurros Muitas vezes nós não levantamos bandeiras Com medo de nos envolvermos demais com toda essa guerra Então ficamos perplexos em meio à asneiras Só ouvindo e observando o que está sendo plantado na Terra Difícil viu meu filho, saber que alguns frutos nascerão podres E que as raízes param no que é concreto Difícil viu meu filho, não saber qual será o perfume das flores Tubos de ensaio sem abelhas ou insetos Eu deixei de amar o mundo E estou a cada dia mais inseguro De hipocrisias, me confundo E tento buscar forças, lá no fundo Pra quem sabe, tentar viver (bem) Ou, ao menos poder morrer (bem)

Kairós

Meus olhares sempre estiveram em outros lugares Direções bem opostas ao que eu observava A visão ia mais além dos horizontes ou paisagens Lá na imensidão, era Eu, que eu procurava

Cogumelo Vênus

Sínteses e sintéticos Sem vidas ou artificial O mal-estar estético A semente superficial Nesse caso o segundo plano é pior que o primeiro Coisas que ficamos calculando tentativa e erro É algo que falamos para o inconsciente desde cedo E está em tudo o que fingimos que não vemos Nesse caso é tudo aquilo que achamos que temos Palavras pequenas nos termos que não lemos Sorriso ou abraço surreal nas pinturas dos templos Saber como lidar com tudo que é dos avessos Mas o que realmente está de fato dos avessos? Concordâncias entre preconceitos ou conceitos? Tenho medo de mentiras e verdades Acredito que nem tudo é ansiedade Que o que acontece nas banalidades São as facilidades longe das grades Estou bem onde eu queria chegar com meus versos Imerso e introverso, mas no centro de seu Universo Não tente me entender Tente-se Não tente me submeter Tente-se

Manicômio

Gosto de perguntas com mais de uma resposta ou mudanças Nada exato, nem contraditório, apenas interpretações A música que expressa o sentimento em palavras ou danças E no que você prefere explodir ou dizer aos corações O nosso olhar é responsável por pêsames e alegrias Nossa voz é responsável por fúrias e euforias  Nossa melodia é responsável por simetrias e teorias Assim como lembranças que eu não apagaria O tempo passa e os loucos se transformam em gênios O tempo para e tradicionalistas nos roubam o oxigênio Se o que queremos é viver Deixamos de lado alguns saudosismos Se o que queremos é viver Deixamos de lado todos os ceticismos Há um reumatismo no romantismo de hoje em dia Algum mecanismo que não vimos fora das poesias Gosto das conversas de anos atrás Que continuam no agora, bem de onde nós paramos Gosto de pessoas que não vejo mais Mas quando vejo, parece que nunca nos separamos Eu nem ligo por estar ficando mais velho a cada segundo`

Ossos de Carvão

Demoramos para encontrar o nosso lugar E quando encontramos, querem nos tirar a força de lá Demoramos para levantar e para superar E quando retomamos a postura, querem nos empurrar Mas expectativas São a culpa do espectador Que em tentativas Prefere remoer e sentir dor Demoramos para ter paciência e simplificar E quando estamos em paz, querem desse momento, nos destronar Demoramos para tomar ciência do purificar E quando deixamos a escuridão, os nossos demônios querem voltar Mas perspectivas São a culpa do pensador Que em negativas Prefere recorrer ao amor Demoramos muito para aprender a viver E nem sabemos se nós vivemos de verdade Demoramos muito para aceitar o morrer E nem sabemos como é essa tal eternidade Toda iniciativa tem alguma alternativa Não deixe nada estar a deriva Mas de todo final, não se tem esquiva Não pense nisso, apenas viva E sentir culpa, é tomar a consciência de seu próprio erro Então assim, aprender, convivendo em meio ao pesadelo

Meraki

Estudos apontam números Massas, densidades e teorias E os insultos apontam tudo Histórias de ovos e galinhas Nós falamos com vontade de nos silenciar Nós nos silenciamos com vontade de falar E tudo que é imposto, nos causa repudio Andamos ao lado dos trilhos para observar a paisagem Ouvir o silencio das árvores e do mundo E tapamos o ouvido, quando o trem está de passagem Nós abrimos os olhos com vontade de fechar E fechamos os olhos com vontade de sonhar Felicidade é encontrar algum lugar Onde queremos parar e ficar Com pessoas legais pra conversar E um bom som pra se escutar Nós apontamos para's estrelas esperando quando uma cairia Para fazermos um pedido, desejar e encontrar essa tal utopia

Pífios

Das vezes que quis andar por aí descalço Mãe dizia - Não saia sem casaco Das vezes que quis suprir o meu cansaço Não tinha universo, nem espaço Das vezes que ouvi mil vozes em pedaços Meu espelho estava em cacos Das vezes que na escuridão eu ouvi passos Senti claustrofobia num abraço Pessoas tão vazias nos olhares Cheias de frases mudas pra falar Pessoas tão perdidas em bares Cheias de frases mudas pra falar Os extremistas não compreendem Que uma moeda tem dois lados Regridem e agridem como podem Irracionais, voltam ao passado Caçam como vorazes animais ou como neandertais Criam novos conceitos tradicionais Querem respeito, mas não repeitam os próprios pais E acreditam que a guerra trará paz

O que te prende ao vazio?

De tanto usar Não pode nem degustar De tanto burlar Não pode nem recusar As escolhas nem sempre foram fáceis E as buscas nem sempre foram implacáveis A redenção era direito de leis estáveis E os olhares talvez fossem mais agradáveis Não me sinto confortável em opinar Na verdade acho insuportável ter que aconselhar Não creio que seja confiável unificar Na verdade acho mutável igual tentar desenfrear Mas temos que nos movimentar Cair e levantar Mas temos que nos movimentar Desistir e tentar Vamos nos arrepender e até sentir orgulho Essa é a confusão Vamos trazer melodia em forma de barulho Essa é a discussão O que é realmente bom?

Castelos na Praia

Eu procuro novos pensamentos Argumentos da alma Dos espíritos que vão ao centro Aos ventos nas asas Procuro em formulas incalculáveis Que não levam números Mas somam e substituem variáveis Peculiar ao que é incluso E aquilo que é excluso Procuro entender O que posso e não uso Sem compreender As canções silenciadas pela opressão dos olhares Orações enfezadas, infames, correções dos mares Não importa o que a maré tenha levado É coisa da sua cabeça Eles querem seu moleque abandonado Até que se enlouqueça E esqueça de como era bom se sentir seguro e escalar todos os muros Eles te querem aos cantos e em prantos, até que um dia você desapareça E esqueça de como era bom sorrir e em apuros, desbravar os mundos Surpreenda seus demônios e seus anjos, até que o que não sirva pereça

Ócio, Nosso Divorcio

Era só mais uma noite de verão Em claro na escuridão E o silencio ecoava sem fração Sem sonhos, sem razão Era só mais um dia qualquer Passos lentos e a pé As vozes de não sei quem é Cigarros no cabaré E quem vem chegando é só mais um Indo para lugar algum Tomar as suas doses de rum em jejum Roupas de rapaz comum Você me levou um Luar E me deixou sem poder flutuar Você me levou o Samba E não deixou com quem dançar Era só mais um despertador Para aumentar minha dor Ressaca, uma água por favor Bem gelada, meu senhor Era só mais um ônibus que eu perdia Para melhorar meu dia É, e quanto mais um ciclo se repetia E enquanto não esfria (...)

Diminutas

Intervalos temporais De tempestade e vendavais E tem mais, se distrai O semitom se denota eficaz Dos corações saudosistas De mentes futuristas Nesta vida somos turistas Em olhares realistas Não quero alguém que me faça esquecer de todo o meu passado Mas sim, alguém que me tire da solidão que me prende lá Não quero estar só por estar e sim no meu universo inexplorado Escuro sem o Luar do céu, galáxia-quarto à se contemplar Decorações e dementes Algo soa reluzente O artista foi inteligente D'alma transparente Às vezes o poeta nem falava de amor, mas interpretaram assim Não era a angustia ou o terror, mas ele teve um triste fim A tragédia e a comédia estão nos olhares, nas peças de marfim A beleza na morte que não se vê, vira dó, lá, bemol em si Onde tudo são reciclagens E vêm em embalagens De ferrugens em ferragens Garrafas nas margens Sem mapas do tesouro, mas sim, pedidos de Socorro!

Baratas

A vida é cheia de impulsos Mas também é cheia estagnações em passados remotos Sem controle, falsos pulsos Na hora de agir, queremos desistir em meio à terremotos E a tristeza é uma dor da solidão No quarto escuro ou na multidão A vida é cheia de intuitos Sentidos de bussolas quebradas, memória sem fotos Foco desviado em insultos Na hora de refletir, somos ondas em espelhos tortos E a tristeza é o silencio das cobertas Medo, de quem deixa a porta aberta Descansa se houver luz Sonha se ouvir estórias O desligado não produz Ao andar sem trajetória Eu me calo, quando começa a ficar repetitivo

Diamantes de Gelo

Viajo entre orgânicos e eletrônicos Estéticos e sintéticos Vejo um corpo humano, mecânico Frenético, anestésico Nas cordas do braço e nas vocais Expulso meus demônios Nas estradas passadas busco paz E no futuro, um encontro A frieza traz escudos de gelo Facilmente quebrados pelo que é calor E se o tempo não devolvê-lo Demora para reconstruir o que é vapor A metade dessa vida já foi vivida Ninguém quer a outra metade sofrida Então buscamos entradas e saídas E às vezes, tudo parece mera corrida Mas se religião significa religar Onde nossas almas buscam sempre se encontrar? Pois os aprendizados são, amar Não de se armar, mas sim de se aliar e se realinhar "Religiosamente" Os tais sábios pregavam a imortalidade "Religiosamente" Facilmente encontradas na moralidade

Charcot

Sou a soma de todo meu passado Dos erros e acertos Do que foi perdido ou conquistado Polaridade e avesso Sou reflexo de minha ganância Refém de minha gula Abstrato em desejos à distância Platônico sem bussola Meus horizontes são errantes Busco estrelas do mar Não vejo brilho em diamantes Vejo nos olhos ao Luar Minha capela é um quarto escuro E os meus professores já morreram Minhas intensões não tem futuro E meus antecessores não nasceram O tempo-espaço está em um quadro branco Onde faço releituras do universo Dentro das lacunas da poesia, eu sou franco Respiro mesmo estando submerso

Em dias de Chuva

Em dias de chuva Poucos estarão à brilhar Agregue, exclua Carregue ou deixe estar Eles perderam a crença na concordância Verbalmente à distância E perderam fúrias dentro de arrogâncias Literalmente na infância Mas isso talvez nem seja triste nessas palavras Então, pare a poesia É só observar melhor cada degrau das escadas Tolos seres em afasia A inércia dos dias cinzas O vento que carrega a garoa aos rostos Vivem e fogem da brisa A quem foi proposto e exposto, o oposto De monstros e criaturas Sonhos e loucuras Múrmuros e amarguras Em muros, misturas Em dias de chuva...

Adeus Setembro

Adeus Setembro Nem deu tempo de pedir uma música É, passou rápido Passos de um tropeço cheio de culpas E eu que estava vendo Mas que estava com medo da verdade Outubro e Novembro O fim, o começo, o ciclo e as saudades Que bate, mas faz parte de mais um crescimento Adeus Setembro, ano que vem, talvez nos vemos

Cinco de Ouros

A gente se perdeu Um do outro Mas resta o perdão Como um soco No meio do peito Deixando lacunas d'um olhar Parte do meu verso Separar, escolhas à enfrentar O quanto eu deixei De lado ou no passado O quanto conquistei Que foi o fardo levado Dos ombros Mas também da alma Dos sonhos Mas também da casa E o que me faz falta Não é só de fazer falta É que algo foi pauta Parte de minha calma E essa é uma inútil reação Poesia sem canção Que não atinge o coração A tola lamentação E seguir é a única opção Levantar em qualquer direção Ao sair dessa escuridão Contemplar toda a imensidão Você já pode virar essa página E logo mais, retirar outra carta

Com Sequências

São tantas coisas Que quando você tenta relaxar, fica mais tenso São tantas bolhas Que não sai, pra não perder a direção do senso Universos tão pequenos lá fora E essa explosão de várias supernovas no seu peito O que mudou do antes ao agora É essa vontade extrema, de deixar vela aos ventos Não escolher mais um Norte Deixar tudo à mercê da sorte Acreditar um pouco mais num horizonte Pois a cada dia o nosso fim está mais próximo É nessa fé onde a fraqueza se esconde Pois a cada dia o nosso fim está mais próximo E não dá para acreditar Que todo aprendizado ficará com o espaço Somos egoístas à recitar Pois acreditamos, que é nosso cada pedaço

Pontes e Pontos de Vista

O Poeta da Lua e o Poeta da Rua Um na ilusão e o outro na verdade nua e crua Às vezes há um choque espacial Pois todos sonhamos e todos caímos na real Parece acidental, mas o Universo conspira Une os versos onde toda loucura se inspira

Docentes e Discentes num Bar

Estranho é a sensatez parecer insana Embaralho as cartas e tiro a sorte quase no mesmo lugar Repito em azares de quem se engana E se auto esgana, respiro como um trago do que é fumar Me sinto mais vivo ao me matar aos poucos E agir com a razão me parece coisa de louco Se estamos nesse mundo para sermos felizes Por que transformamos os melhores momentos em cicatrizes? E por que os sonhos tomam outras diretrizes? Esquecemos de ensinar e nos fazemos de eternos aprendizes... Mestres de mestres Basta parar um pouco para tentar ouvir, entender e refletir Ou alunos de alunos Basta parar um pouco pra desabar, desabafar e tentar sorrir

Jardim Necrópole

Mais uma vida se vai Por um bêbado no volante Inconsequente, inconstante Hoje o cão errante, amanhã o viajante Diante desse caos sufocante Irritantes e dissonantes arrogantes Dizendo-se seres pensantes E nada redundante, nada interessante Mais um segundo se vai E o amanhã já é presente Quantos anos já se passaram? O que ficou tão diferente? Demora menos pra dizer que ama Do que tentar esquecer E como é que isso se chama? Tristeza do amanhecer Do amanhecer sozinho...

Seu Alcides

Antes era mais fácil acordar cedo Sem ter medo ou incertezas Antes o pôr do Sol era mais bonito Um rito na soma de belezas Mas é só parar pra observar melhor E ver que está cada vez pior O descaso e a indiferença ao menor Depreciado na gota do suor Grandes escalas ou grandes patamares Mansões em lares Perto do esgoto, em madeirite ou lajes Inabitáveis lugares Construções que desafiam a arquitetura Poesias que superam a literatura A subsistência gerando uma nova cultura Visões que vão parecer loucuras Para quem não vê esse lado do muro, mundo tão imundo Para aquele que não saberia o que fazer se perdesse tudo Às vezes faço certo E parece que fiz algo extremamente errado Às vezes faço errado E aí me parece que estou certo por um lado Mas vejo também muita mente fraca Que acredita mudar isso com o poder de navalhas Seres sem salvação, ao olhar a farsa Quem rouba da própria espécie é um mero canalha Enfim, triste realidade Deus Vivemos para aprender o que

Em Sônico

Tudo parece perder o sentido Ou você acredita nas verdades que lhe convém? Explica a insanidade e o juízo Como seres únicos sem justificativas de porém? Tropeça em suas palavras Se confunde nos próprios argumentos Late aos cômodos da casa Intercede ao vazio de seu firmamento Os heróis perderão as suas capas E aquelas estrelas no céu, não cairão nunca mais O X será só uma marca no mapa Mas ainda não pisará nos pisos diferentes, rapaz Tentará esconder A criança que ainda há dentro de você Irá se arrepender E do sistema, tu apenas ficará a mercê De que valem os seus ideais... (fala demais) Se eles não te deixam em paz? (mala demais)

Costa

E eu que gritei pro vento Irrelevantemente Os sons m'eram tormento Inconsequentemente As frases eram verdadeiras Os medos, surreais E as partes eram sorrateiras Ladeira desiguais Caí e quem vai me tirar daqui?

Torrencial

Apertada, a alma se revira Cheia de rimas Concreto alicerce sem viga Lacunas vazias Uns parafusos à menos Das loucuras, o mesmo Falaria mais Eu tentaria sorrir Mas por paz Eu prefiro sumir E talvez dessa vez Eu diga estar bem E talvez, só talvez Eu finja estar bem As correntes seguem alguns caminhos Pra frente, mas sem saberem o destino

Serena

Mil palavras silenciadas De saturando ou se aturando Mil razões sintetizadas Acumulando ou cumulando As velhas frases - por doer, perdoar Mas se eu soubesse voar "au revoir"

Em Sensatez

Garimpando caráter Responsável pelas minhas verdades Calculando as frases De teorias, de práticas ou empasses Onde uma obra diz muito mais que o autor E a canção se torna mais racional do que cultural O poeta guarda suas rimas no bolso do amor E a harmonia multiplica o elemental no espiritual Pois nossas escolhas são controladas Falamos diferente e eles fingem que não entendem Desde horizontes à estáticas apáticas Andamos em outro pra frente, presentes e ausentes Tudo tem um preço Tudo tem um terço Tudo tem um berço E é tudo do avesso É... eles nunca vão entender mesmo!

Em Finito

Voltamos à estaca zero Adeus vampiro Mais um olhar sincero Me sinto vivo E renascido, eu respiro À sua versatilidade Reflexivo, eu me retiro Ao ver a insanidade Língua maldita e mal dita, aqui não Obscuro, em ascensão Críticas de quem nem sei quem são Ofusco, representação Apenas acena E aquele meu olhar blasé, não foi por querer Mas que pena Porque não há outro modo de observar você E não é ódio É meu pódio Fale o que tu acha Ouça o que não se encaixa Uma guarda baixa Um nocaute e a luta acaba Esgotando as possibilidades Sem entender o propósito de sua insônia Limitando-se ao que já sabe O veterano é aprendiz em cima da onda A maré leva quem ela quiser e quem quiser ela...

Extinguir

Após tantas mentiras Já nem espero mais Paisagens, pesquisas O fantasma se retrai Se retira, sem se quer aparecer nos retratos Deixa de existir o que nunca existiu de fato...

Poltrona do fundo

Ao aceitar a cruz Simbolizando algum peso O caminho da luz Junto aos hinos e enredos Entregues ao seu tradicionalismo Ficção que percorre gerações Um presente dentro dos abismos Onde a história faz ligações E traz lições de moral ou ética Livros sobre o inicio e o fim A comédia e a tragédia poética Uma Primavera sem jardim O Verão de minha fúria O Outono seco de mais um olhar O Inverno que sussurra Um frio vento a soprar e expulsar Pra bem longe de minhas estações Um Terminal para's minhas viagens No silencio, nas turbulentas ações Observando todas essas paisagens Passageiras como um rito na janela Orações, sorrisos Canções sem símbolos e sem velas Fones no ouvido

Venho me Preparando (...)

Venho me preparando para acreditar Há tempos, só não sei no que Venho me preparando para acreditar Por hora sem norte ao correr Na direção de algum sucesso imaginário De algum sonho social formado Na descrição de nossa sinopse, horários De algum sonho social formado Venho me preparando para acreditar Com a fé de um inseto operário Venho me preparando para acreditar Num mundo cheio de estagiários Nas palavras do missionário Vertical a cada cenário Em todo vento, involuntário Aos humanos solitários Venho me preparando para acreditar Todas as crenças falam de recompensas ou salários Venho me preparando para acreditar Para um dia conversar com o verdadeiro proprietário Espero essa verdade que nos libertará E quero ver o que cada um de nós fará

Geloscopia

Em dialetos de  alertas E Universos dentro de olhares Horizontes nos sorrisos Transformando almas em lares Viajar vários dias em um Na mente E ficando em lugar algum Contente Que se pode tirar de uma simples respiração Ou um abraço de saudade Ao descobrir no real valor de uma reaparição Ver a liberdade, a verdade O Lábio e os olhos suavemente fechados E quando se levantam em sua direção Se transformam no seu susto sincronizado Dando à entender a sua infame reação O que se pode observar É o que transparece O que se pode ocultar É o que te obedece Mas é que normalmente Sentimentos são fios rebeldes Expondo as imperfeições Que até o seu espelho reflete E geralmente não se pode esconder Como esse rir e soluçar, ao te rever

Iagê

Foi preciso pisar na Lua Pra confirmar que a Terra é azul, redonda E descobrir que há mais Muito mais Galaxias no Universo, sondas Satélites artificiais Corpos celestes, orbe, estrelas, Supernovas Não por telescópio E aceitar de fora, essa tão significante prova Somos grãos de areia, insignificantes Nessa praia que não sabemos onde começa ou onde termina Somos folhas da árvore, insignificantes Levadas pelo vento de cada Outono o que Primavera germina E se um dia sairmos desse corpo, o que veremos?

Orações, Panoramas e Aparências

Nada de machismo ou feminismo Gerados por capitalismo ou socialismo É dentro do egoísmo ou altruísmo Idealizadas por civismo ou misticismo Nossa essência tem qual porcentagem de bem Sendo pela consciência, consequência ou Deus? Criação, convivências, raso, maré ou margens Aquele que ganha, é aquele que menos perdeu? Vivemos num ciclo de perguntas As repostas parecem exatas e lineares Onde toda matemática se resulta Quem pode estar em todos os lugares? Digo que o mundo só está assim por nossa origem Somos realmente filhos de um ser maior ou do pecado? Uns falam de santidade e outros veneram virgens Mas em pedaços, todos querem atingir o mesmo lado... Um lugar melhor para crescer Viver, aqui ou na eternidade Um lugar melhor para morrer Sem ter ou sentir saudades Bom... Que a espera não nos deixe parados sentados E que a fé, não seja a arma dos desesperados

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Frases carregadas, das mais variadas opiniões Passes e pontos coletivos Classes em escassez e as canções sem refrões Bases saudosistas, ciclos As novidades chegam e sofrem preconceitos Roupas e cabelos diferentes E cidades cinzas em seus próprios preceitos Olhares e gírias referentes Polos distinitos, sotaques, folclores e lendas No reconhecido, reverenciar Solos e instintos, extintos dentro das vendas No desconhecido, generalizar Cale a sua boca, um pouco E ouça as canções do povo

Lasso (...)

Em planícies platônicas Um monte de horizontes Harmônicas, tectônicas Onde o amor se esconde A verdade só existe na razão Pensar, agir, que não seja só com o coração Substâncias podem dar visão Mas trate de poli-las, antes de usar reflexão Entre tons do edredom E ao som do que é bom Sem entrada ou cupom Só de meias e moletom Sonha e nem se lembra Quantas vezes nós nos perdemos no tempo? A luta que não enfrenta Quantas chances tivemos de surpreendê-los?

Reflexo na água (Do que talvez seríamos)

De tempo em tempo eu me sequestro E faço jus ao nome cárcere privado Às vezes me amo e outras me detesto Sofro machucados e sou cicatrizado Me alimento dos conhecimentos Alguns faço digestão e outros eu apenas vomito De raros infinitos e firmamentos Nos espelhos que me reflito, na maré distorcido Quem sou? Qual é a minha missão? Onde vou? E até - Qual foi a lição? Parece que nós não aprendemos nada Onde eles dormem eu acordo Em cada informação que nos foi dada Onde desistem eu me esforço

De Baixo da Árvore

Eu sou propício a vícios De quintessência, oficio ou sacrifício Nada fictício ou factício Fazendo do amanhecer um exercício Mesmo que seja difícil a cada inicio Ao construir andar por andar de meu edifício Suprindo todo pilar com um artificio Ainda que em desperdício, alguns benefícios Estou deste lado da Lua Sou aquele que apenas observa E estou sentado na Rua Saboreando um perfume de Eva

Mavórcio

Ou tu age ou nada E ainda que haja nada Só você faz a sua jornada É o soldado que marcha em suas batalhas Mesmo que dentro de conselhos Eu veja espelhos nos olhos vermelhos Recomendações que ao fedelho Parecem de quem está a meter o bedelho Seria mais fácil aprender com os erros do mané Mas somos como Tomé dentro de nossa fé Temos que ver como tudo realmente é Queimar a língua no café ou ir contra a maré Ou tu age ou nada E ainda que haja nada Só você faz a sua jornada É o cavaleiro que marcha em sua cruzada

Camillo Armorier

A mesma de ontem Vestida de pouca luz pra hoje Iluminando só o necessário de outra noite Traz concelhos horizontais Dos incontáveis seres gigantes Sendo grãos de areias errantes e gritantes Diz em voz de sussurro Vento do Norte, perfume de calma Que arrepia a alma e abre as minhas asas De repente, involuntário É apenas um salto solitário, destinatário Da cachoeira, cenário, santuário, mas o meu sacrário E aqui, o meu sepulcro Sem mais, sem futuro ou tumultuo Mas sem paz e sem múrmuros, só o meu tumulo Os maços de cigarros Ficaram no banco de traz do carro Na esquina de um bar, à que não mais me agarro As provações São provocações do Universo Ao homem honesto, silenciado e incerto De onde estou a sufocar O arrependimento não pode matar Apenas maltratar um lugar que desejei chamar de lar

Colinas e Neblinas

Às vezes queremos dias rápidos E esquecemos o medo da morte À vezes queremos olhares raros E nem vemos que temos a sorte Falamos de viver dias intensos De termos e amores imensos Falamos de extenso, de sensos Quem sou, à quem pertenço? O louco confunde o sábio Porque o sábio, não sabe nada O gosto confunde o lábio Porque o lábio, não era de fada E o seu Deus é o mesmo Mas ao mesmo tempo, ele é tão diferente do meu Universos de propensos Constelações, contemplações, o Signo, a Lua, Eu Noite de mil perguntas Zero absoluto de respostas Noite de estradas, ruas Sem ter chão, só encostas Colinas e Neblinas Desce a Serra Se inclina, cristalina Água da Terra

Arnaldo

A fusão dos seres A junção dos prazeres A função dos treze Alucinação e quereres Confundindo a si mesmo Consumido de pensamentos Conduzindo o firmamento Constituído de fundamentos Influências diárias Indolências primárias Inocências, piadas Inconsequência citada A fé e a crença das crianças O homem da mente fraca Teorias francas de alavancas Onde a evolução em paca Levaram seu Deus, seu Papai Noel Levaram seu amigo ou seu cão fiel Ficou esse adulto gélido De um futuro pretérito Ficou um insulto honesto No fruto de um gesto E o silencio que tanto queria, paria O momento que tanto pedia, passa...

Apenas, Só...

Esse sentimento Que temos pelos outros É o que nos faz seguir Mais forte que o sentimento Que temos por nós mesmos Esse sentimento Que temos pelos sonhos É o que nos faz reagir Ao relento, frio, sol e vento Mesmo acordando mais cedo Às vezes tenho uma pré disposição Para ficar indisposto Em uma leve decisão e uma reação De lavar o meu rosto O que eu estou fazendo acordado? O que foi todo esse tempo parado? E dividindo o que foi levado ou separado Sem o mesmo valor Multiplico o que foi lembrado, sussurrado Sem o mesmo sabor Agora, melhor ou pior Só eu sei, apensa, só...

Praças, Botecos, Esquinas e Filosofias

Depois da descoberta do fogo A ramificação Onde toda evolução se tornou Sua devastação Podem até te dizer não Mas aceitar é só uma opção Da sabedoria que não É entregue ao povo ou nação Que não teriam a noção Do que fazer com tanta informação Na divisão ou separação De continentes-classes, subdivisão Emblemas de cor, para a opressão E cruzes para inquisição Nascido em meio à pecados pagãos Dos que se dizem cristãos Frases confusas em cada ão A seda era o bloco de notas do cidadão Rima estúpida em cada vão Na taça de vinho do já filosofo e ancião Mas era cada coisa que eu ouvia Que virou teoria Era cada lacuna que se preenchia Que virou poesia

Crônicas sem fim

Fidelizar sorrisos Se dedicar e ter compromisso A Lua em Marte O Sol que rege o meu infinito Escolhas e destinos Atalhos e caminhos O escritor e seus personagens Em trajetórias sedentas de confusão O que cede e os que sucedem Se procura ou não, trazer uma lição Talvez alguma ligação com a próxima história

Incrédulos Confusos

De chuva, roupas sem secar Dilúvio que cobriu as casas De luva e os dedos a rachar Discurso, demônio de asas Inconstantes tropeços em mentiras Nos fazem cair na real Grande oração em agradeceimento Na consciência do leal A fé que tens e a ordem que mereces E quem vai ouvir a suas preces? A vida que tens e o olhar que perece E a quem te levantas, te atreve? Ordenam os Astros Mas nunca, seus Atroz Levantam o mastro Nas escolhas e no após Os ventos e os caminhos Nas ondas, seus destinos

Daniel (Sem Covas)

O meu recanto de canções Paixões diversas Sem pranto ou lamentações Questões à veras E o que haverá? Ou, quem verá? Deixem as fábulas de lado Inversões e invenções Deixem as ficções de lado Intervenções e versões Todos são os sábios de seus mundos Universo, firmamento e orbe segundo A empatia é só um talvez Nunca saberá o real sentimento dos outros O porque e como ele fez Substantivado, jugado, conjugado monstro Não é você mesmo quem diz... Que no final, só Deus é o juiz?

Primatas

Afasia, se estão achando que tão bombando Repetiram de ano, repetiram os planos Mas quem disse que retroceder é se atrasar É preciso reaprender para se renovar E quem fazia era a dona do lar Dormia mais tarde e bem cedo a se levantar Que estava sempre a cantarolar Eram suas mãos frias de suas roupas lavar As verdadeiras mulheres são anjos de sobrados Cuidando daqueles que se acham grandes e marmanjos E ainda ouvem desaforo de calango sem cerrado Que diz que faz sacrifício, mas não faz o próprio rango O pior, é que são vários machistas Reclamando dos racistas E falando do imperialismo nazista Sem ao menos ser realista (...) E eu Eu lavei as minhas mãos por esses reles mortais Seres banais Boçais sem paz e ainda dizendo que sabem mais Mas nada faz

Melopeia

De poesias à sonatas Intituladas por suas datas A bela cidade pacata De bailarinas e acrobatas O perfume da mulata Todos os frascos, garrafas e latas Cachoeiras e cascatas De quem vence, perde ou empata Músicas que dizem muito mais sobre você Do que você mesmo Canções que te fazem lembrar ou esquecer Alegrias, sofrimentos Mas também, tabacos de quem não traga Vinhos de quem não se embriaga Concelhos na doçura de quem se amarga São caminhos de quem não viaja É dos pés no chão de quem apenas voa Que não protege da chuva, só da garoa

João

Estamos sedendo E cada vez mais, nós estamos nos devendo Somos o remendo Ainda faço as minhas anotações e adendos Estamos em crescimento Somos muros e pontes vindas do cimento Sementes nesse momento Para os frutos que ainda estarão nascendo Conheça-te a ti mesmo Na verdade que você ainda não está vendo Seja a água, seja o vento E nas suas pegadas, seja o acontecimento

A Pé

Passos lentos Do que já está acontecendo Alma do avesso Sonhos fora do travesseiro Entre a Estação e o Terminal Caminhos que eu já sei onde vão dar E no verso, o seu ponto final Página virada, novas linhas a decifrar Essa pressa que seja tarde Um dia me mata Não é só força de vontade É dar um basta Acreditar E na esperança, só esperar Se dedicar E na temperança, temperar Mas sem alicerce é suicídio Sempre tem algo que sustenta o sacrifício Alguns sonhos substituídos Em cruzadas, destinos a serem escolhidos Andei só para observar melhor as paisagens E observei melhor a vida e suas engrenagens

Antes da Seis

A raiva imposta na parede Não derruba nada, nada Enquanto mais um sorriso Adentra qualquer morada Ou qualquer muralha Igual ao vento e as águas Os anjos e a enseada Montanhas e ressacadas Toda e qualquer palavra E o poder que inicia ou acaba Nos destrói ou nos salva Traz de volta ou leva a alma Dentro de nós, temos o medo, A força e os segredos Dentro de nós, temos os erros, Os laços e os enredos E o que está prestes à explodir? Nossas bombas ou fogos de artifício? Vão nos entender ou se intervir? Falaremos com latidos ou sorrisos? Silencio, não pise tão forte no chão À essas horas, nem todos levantam

Caetano, a Conclusão

Procuro por canções ópio Que me retirem do tão óbvio E a razão de estar sóbrio Raros são os dias em que me recomponho Mas ainda componho sonhos Às vezes medonhos de anjos, de demônios Vejo sorrisos nas fotos Sinto perfume de rosas e lótus Planto universo, cosmos Tenho minha raiz em Gaia Eros em Nix no horizonte da praia E a mente Tártaro, é tocaia Supro as lacunas com ecos severos Meus reflexos com o ego E protejo meus muros com Cérbero (...) A simples ficção de passos não dados Caminhos nunca trilhados Sorrisos enfeitados e olhares jogados Humanos sempre ocupados A simples visão de imaginar e de acreditar Que está no mundo dos sorrisos perdidos...

Marvin

Podemos cuspir, latir Chorar, sorrir Nos machucar ou ferir Podemos levantar, reagir Sufocar, sucumbir Dizer o não ou dizer sim Ressuscitar todos os dias Ressurgir em meio a agonia Recitar belas poesias com ironia Sacralizar pódios Sacramentar ódios Ou saciar o próprio ócio Somos o repudio que temos Pelos outros em nós mesmos Somos o que não dizemos em nossos pensamentos Mas perder um pedaço de nós no outro É o que nos faz ser menos ogro Extravasando sentimentos tão tolos Que o óbvio seria o silencio Mas gritamos para os ecos, para os ventos E socamos as paredes de nossos segredos A morte levou parentes e amigos Em momentos que não eram de fato, de perigo Um castigo mendigo e eu disse e digo - Consigo Mas perdi o artigo E são tantos argumentos antigos Que ainda sigo revisando joios e trigos Mudei alguns pensamentos ateus Não quero ser melhor que os outros ou Deus Quero apenas ser melhor que... Eu

Sintaxe em paz

Citando algumas poesias demagogas Palavras erradas na forca Em manipulações teóricas ou loucas Narrada por tua voz roca Era canção folclorica De minha universidade-nação euforica Era a citação heroica Guardada no peito em máxima retorica Expressam-se os bons tempos, são saudades Gotas de orvalho, pós tempestades E interessa-te a não verdade em adversidades Fica se questionando das lealdades E quem aparece essas horas é a solidão Que vem, chega, te estende as mãos E do que não se esquece, é uma canção Que faz do seu Universo, imensidão Sintaxe em paz

Baldo

Há quem acreditar, Ou simplesmente creditar fé? Retroceder, reciclar, Remar contra o que a mar é? Há quem não se enxerga imperfeito E que vai te apontar o dedo Pois quando não se revela o acerto, É mais fácil relevar o erro De fato, Sabe quem realmente está ao seu lado Há dados, Não os jogados na mesa dos azarados Pelo puro esporte de participar, É? Mas que nada Pelo muro forte a se concretizar, Fardas, não fadas Pelo sussurro seco sem gritar Um nó que se entala E pelo murro forte a se deixar A farpa que se instala O amor e o ódio estão sempre lado à lado O difícil é saber, por quem será dominado

Estrella

Além do dom, há uma dedicação e a educação dos movimentos Além do som, vem a criação da canção e a imaginação vinda com fermento No forno ganha forma, cheia de ingredientes, sem normas Uma dose de cachaça da roça Um copo de cerveja, vinho ou meia xícara de chá Observando pelas janelas ou d'algum bar Paixões platônicas, reflexões irônicas aos violões e suas sinfônicas Músicas de nossos fones Alimentadas por microfones Fazendo nossas tempestades e ciclones Ela dança na rua, parece maluca Não pro sol, não pra lua

Ser Tão, Brasil

Digerindo uma criação Meu Deus interior, musico, escritor Ventre de minha unção  Só eu sei o sabor e o seu real valor Ímpeto consequência Finito de paciência  De pouca experiência  Cheio de essência  Minha criança saúda os convictos Dizendo que fé não é tradição Minha esperança saúda os invictos  Ouvindo que fé não é traição A beleza anda vazia Nas passarelas, nos cantos, triste poesia Ao olhar, é anorexia Ao respirar, sem alma, só uma pele fria Violentas placentas de sarjeta Sargentos, nojentos à essa hora  Releitura que relenta à beira Mar de sangue, largam as botas O Senhor, dormiu na praça, pensando nela Na paz que nunca encontrou em sua favela          

Esmorecido

Aos trancos e barrancos Estancos e espancos Aos mancos e tamancos Por tantos e francos Todo alicerce ou alavanco Malabares e saltimbancos Lápis nas mãos Rascunhos, marcas e borrachas Arte em oração Eis que surge um anjo sem asas O artesão perdeu seu ar, seu tesão Virou tensão, onde tu tens ou não Volta a respiração Preces à orientação Solta a inspiração Perde a imaginação Observa a vida real e então recria Frustrado Rabisca as suas teorias e poesias Prostrado

Chanceler

Deuses das encruzilhadas Mortes e sonhos Entre caminhos e paradas Sarjetas e tronos Enquanto pensa na melhor opção Sabe que algo será deixado Enquanto se perde em sua oração Olha pro céu, olha pra baixo O que deseja, está além das nuvens Mas o seu real destino é tornar-se raiz Questiona-se sobre heranças e bens Teme a hora de seu purgatório ao Juiz E quantas almas salvou rapaz? Salvou a sua ou viveu em paz?

Velhos Abraços

Estou bem e tão zen Eu só agradeço por poder estar E eu estou bem além Estufo o peito por poder cantar Contemplar o complexo De se completar Concentrar com o tentar Ao se contentar O céu traz o som dos pássaros Horizontal o mar, traz o som das ondas Abraços apertados são tão raros Mato a saudade em cronômetro-sondas Vamos dividir felicidades Ao abraçar E suprir nossas saudades Ao libertar Só depois de um longo minuto Que vem à tona, memórias, histórias, insultos Assim, vários relatos, prelúdios Todo lugar é escola e todo momento é estudo E logo, logo vai chegar a hora de partir E de novo, ainda assim é hora de sorrir

Servos e Severos, Quem

De chuva em chuva Veio o sono e o abandono O que dei ao mundo Sem ser dono ou patrono De vários castelos Fui réu em meu trono Perdido no tempo Entre Zeus e Cronos Salários e abonos De quilombos e colonos Meses de Outono Uniformes e quimonos O resto do ano, se faz contorno Entre o que é interno e entorno

Saulo

Era mais fácil escrever canções de amor Que vendessem sambas ao sofredor Era mais fácil contar com o que sonhou É, mas se levantar, foi o que sobrou Homem das 13 e homem das 22 aparições Aos jovens burgueses dessa decepção Somem às vezes, seus golpes, suas ilusões Aos jovens camponeses em concepção Um toldo que não os protegia da chuva Um todo vazio, nos clichês das ruas Um soco na cara, sem colocar sua luva Um tolo na grama e um céu sem lua Mas munido dos sonhos E ambições, talvez Nos sorrisos, compondo E paixões, talvez Deixando suas batidas e sua voz Algumas horas no bar Trazendo sua despedida sem voz Algumas horas no lar E se perguntava Sobre o seu karma E se perguntava Sobre o seu dharma Foi aí então, que esse tal Saulo Mesmo em uma noite confusa Não mudou seu nome pra Paulo Pois sua religião era a música

Castelos e destinos

Castelos e destinos, desenhos do menino O olhar cristalino pras novidades que vão vindo Tudo é muito lindo, tudo é tão divino E os seus sonhos, ele vai construindo É novo esse caminho, é novo o raciocínio Grande, o pequenino que já foi ferido Não perde os seus sentidos, fortalece com amigos E faz um novo Hino E faz um no indo Dos meus sonhos, eu não vou desistir De tudo que eu fiz pra chegar aqui Castelos e destinos, atalhos e espinhos Onde vê esse sorriso, muitas lágrimas caíram Nem tudo era tão lindo, nem sempre foi bonito Foram vários labirintos, mas ainda acredito E a um tempo no caminho, juntando e dividindo Multiplicando e não sozinho Entre joios e trigos, fortaleço com amigos E faço um novo Hino E faço um novo indo Dos meus sonhos, eu não vou desistir De tudo que eu fiz pra chegar aqui

Parvo

Rocha pesada Em corrente que não se quebra Frustra o tolo No fio da meada Há um fim que não se celebra Deturpado ouro Lagos e enseadas A maré sem forças, não leva Malicioso e sonso A arte invejada Não cria, copia e se enterra Sem cão, sem osso Quantas crianças vão sorrir pela manhã? Quantos sonhos vão se despedaçar? Quantas vezes você vai sorrir pela manhã? Quais sonhos vai colocar no lugar?

Pequenos Nós

O pequeno samba no violão Sem cavaco e muito choro Mas de repente, uma canção Junto aos amigos em coro Mas ei que chega mais um vacilão Tentando dar outra lição Falando soberanamente de religião Diz ser espelho de cidadão Mas se você dá alguns conselhos Por que é que tu não segue? Entre suas escolhas, seus desejos Qualquer fardo que carregue A palavra pode até ser de prata Mas o silencio é de ouro E se tu continuar sendo de lata Saia do meio desse bolo Os seus sonhos estão aí E à eles se entregue Pois sementes irão cair Ao solo que se regue É nesse Sol que tudo rege Ao Universo que não se mede Um Deus que tudo se pede Somos pequenos, somos leves Então me leve som Então me leve dom Eu não critico religiões Cristo, Buda, Jah, Iemanjá Peço união nos corações Mas só a sua fé te salvará

Crisálida

Trânsitos inerentes Mas não inertes Em fatores regentes Um ato se repete É entre o que se escolhe e o que se deixa E por quanto tempo vai querer a luz acesa O que se mede E o que se cede O que se perde E o que sucede É entre o que se escolhe e o que se deixa E por quanto tempo vai correr na esteira Temos as alternativas e os ajustes Evolua ou mude O que você deseja e o que te supre Separe ou junte É entre o que se escolhe e o que se deixa E por quanto tempo vai enrolar sua seda

Prostrado

Aos relâmpagos sem chuva Estrelas sem Lua Tremendo no frio sem blusa E carros sem rua O efeito das luzes nos postes Se apagam quando tu passa por baixo Os defeitos cegos do holofote Vão pr'aquele que olhou direto, no ato Murmura o ódio Sussurra sódio Luxúria ao pódio Insulta seu ócio Mas foi você quem preferiu olhar pro nada

Catador

Centavos de lata Chapéu de palha Cata as migalhas Casa de madeirite Invisível para a elite E ele, ainda sobrevive Vindo de algum sertão E não ser tão cidadão? Sua hora extra é de papelão Uma desigualdade vista pela janela Do carro, da casa, da favela Quem reza, quem ascende a vela (...) Quem vê?

Letargo

A fúria é necessária Castelos de cômodos Acomodados e incomodados A luta é necessária Todo corte valoroso Cicatrizado ao aprendizado Como você espera a luz voltar?

Cícero Clemente

Por que diz que é passado Quem nunca foi presente? Por que acredita estar ao lado De quem sempre esteve ausente? Por que prefere crer em juras De quem nunca te prometeu nada? Por que não aceita que precisa de cura E que não é perfeita, essa tua jornada? Nas estrelas, de sonhos cadentes Acha mesmo que vai ser melhor daqui pra frente? Eu não posso fazer nada, mas sinceramente Com tanto ópio, por que seu vício é estar doente?

Naipes e Coringas

Por entre o mais do mesmo De frente ao menos Por entre os fins e os meios Enfrente os medos O início, para que então sonhemos Não há segredo Criamos planos e fazemos enredos Só há sedentos Por conquistas e por glórias Mas só aquele que acorda Olha pros lados e se revolta Causa uma certa discórdia Confunde quem acha que está tudo certo Confunde até aquele que se acha esperto

Por doer e Perdoar

A palavra pode até ter o poder de consolação Mas às vezes, sem intenção Também têm o poder de destruição, distorção E é visível na face, na reação As más energias surgem no seu momento mais irracional Falamos o que não devia ser dito por ninguém Aflorando a tensão, a depressão e um cansaço emocional E nos tornamos das desculpas, míseros reféns Humanos em cima do muro, em loucura Tentando decidir entre dar o perdão ou o de se submeter ao orgulho Mas aos amigos, alguns minutos de fúria Não são nada comparados a todos os outros dias bons nesse mundo

Quem nos traz (...)

Algumas vítimas da impunidade Às vezes são vítimas de vítimas da desigualdade Onde ladrão de verdade usa terno Posa de artista, sai na revista e ninguém revista Já o verdadeiro artista não precisa de céu Não precisa de chuva, sol ou estrelas Só uma caixa de lápis ou pincel Para que você possa vê-las Dizem que arte imita a vida Em memórias sim, mas existe a imaginação Existe a inspiração, que vem da alma Que vem da canção Dons entregues pelo Universo ou por Deus Depende muito de sua crença Onde o sábio não precisa nem estar em presença Para falar o que tu precisa e almeja Ele pode ter dito há mil anos atrás Se há registro, ele fala com você quando deseja Mas aqui o assunto é bem simples, nós sabemos Quem nos traz felicidades e quem nos traz tristeza

É caro ser ou carecer

Podem falar muitas coisas sobre os sonhos e o depois Ouvi que todas elas se repetem Incertos do planejar, insetos saudosistas ao que se foi Ouvi que os olhares se refletem O corpo absorve do alimento O que precisa A mente absorve do assunto O que pesquisa Derrube o que lhe faz mau de joelhos E então, liberte verdades de segredos

Clube do Pé de Feijão

Ao olhar para o horizonte Nos maravilhamos Ou o que a nuvem esconde Nós apenas sonhamos À tarde É o Céu e é o Sol À noite É a Lua e o Farol Pois o que está lá fora Está na sua mente É, mas observe o agora E não lá na frente Tem tanta coisa acontecendo aqui do nosso lado E você nem vê, prefere ficar aí parado e sentado Para as Princesas Que o beijo do príncipe as acordem, mas as acordem para a vida Para Jãos e Marias Que as casas de chocolate mostrem, que é quase tudo armadilha

Parcialmente Nublado

Devastação dos solos Destruição dos céus Demolição por blocos Degradação dos réus Nós pedimos por cores E Deus nos manda um cinza São chuvas pras flores Bonança de arco-ires e brisa O primeiro dia do ano Veio para muitos na forma de uma tempestade Pra mostrar aos planos Que teremos coragem apesar das adversidades