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Vira-Lata nos Dias Cinzas

Um cão não para de pedir carinho
O outro late sem parar, que nem louco
Às vezes eles revesam esse serviço
Pois em concreto, não se caçam ossos

Um deles, vira-lata vizinho
E o outro finge não ter dono
Mas arrumou um cantinho
Com seu olhar de abandono

A visita parece sorrir tinta
Avisa sem rimas, pisca
E à cima de qualquer sina
Ensina ao imã, o cinza

Se isenta de sua preguiça
Ao seu conceito de prisma
Não tinha clima ou crisma
Apenas filma ao que priva

De lata, me cataclisma
Delata, dilata e rabisca

Larga o carisma em esquinas
Deixa a chuva levar pras ruas e avenidas
O cão e a lágrima que catalisa
Sem remédio que cicatriza, deixa a brisa

Tomar conta
Às vezes paro pra meditar
Tomba ponta
E às vezes para me editar

Usamos as mesmas coisas para suportar e se importar
Vai de primeira à terceira pessoa
E usamos as mesmas coisas para enfeitar ou infernizar
Nossa segunda-feira, ao que soa

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O Verbo

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Podem falar o que quiser Eu tenho a arte da refuta Mas eu não gasto com quem não escuta Me ponho no meu lugar de fé De boa firmeza e conduta Pois é todo dia uma nova luta Eu estou aqui para dizer Que a vida é muito curta E que você não me assusta Quem anda comigo é Dilê Sarvá meus Pais, meus Ancestrais  Que me protegem do sofrer E me guiam no caminho pela paz Podem falar o que quiser Mas se me colocar na disputa Se prepare pr'uma retórica astuta Me ponho no meu lugar de fé E se essa calmaria te frustra De meditação e respiração robusta Eu estou aqui para dizer Que a vida é muito curta E que você não me assusta (...) Mar calmo não faz bons marinheiros, eu sei Pois por onde eu ando é bem turbulento É frio e sombrio, missão que raros irão escolher Mas fazer o que? Eu disse que - Aguento!