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Mostrando postagens de agosto, 2015

(A)Nulo

Olhar cárcere Penetrante ao me fazer prisioneiro Cela celebre Sua aura que me sugou por inteiro Casual a parte Me conquistou por trazer sua novidade Casal apático Me deixou com pouco e muita saudade Sou escravo dos olhares, sabe disso Você me deu muito em tão pouco E sou um filho dos mares, sabe disso Te ver ainda me parece um soco Minha bussola explode sem Norte... 

Meio Céu em Aquário

Uma comédia literária E até hilária Encontraria, contrária E arbitrária Em breve, abreviaria de sede involuntária Solitária Trágica, mas não és a minha proprietária Otária Aquário para o meu olhar Onde por hora, não tocar E ninguém vai me segurar Pode se assegurar, voltar Pra cá, que é o seu lugar Louca Se localizar e me alugar Louca Que me deixa mais ainda que você...

Menina (Epilogo)

Era fim de tarde E o azul do céu começava a fazer degradê com o roxo Luzes nas casas E lá no horizonte (de)terminava com um laranja sonso Era despedida Mas assim tão forte, quase sem norte, o sentimento crescia Virava poesia Essas de solidão, aperto no peito, coração que enfraquecia Eu disfarçava Mas o castanho claro de seu olhar escurecia pro vermelho E me segurava Na mão, calado ao calor de um sorriso, casa dos espelhos Onde não parei pra refletir Eu apenas deixei... você ir

Disse o Futurista e Anticulturista

Paciência perecível Do irracional e por hora irascível Um fruto acessível É invisível, mas não é invencível A força ainda está ocasional Só que mudando sua aura passional Quer destronar o tradicional Ele tem pelas ruas o amor fraternal E por isso quer salvar seus irmãos Mas como e a quem dar sua lição? Hoje fornece sua anticultura Como antes na ditadura Fornece pintura de brandura Mas bravura em figura Porventura mistura impressionismo Compostura, tritura em surrealismo Abram os olhos para a leitura Não é só quem escreve que faz poesia Abram os olhos para a pintura Não é só aquele que desenha que cria A sua mente interpreta E eles querem tirar seus desenhistas e poetas Colocando falsos profetas Deixando em sua inteligencia regras e dietas Indireta, essa anticultura é contra a farsa O que temos hoje, são piadas sem graça...

Intemperações

E se a chuva fosse vinho Ou o vento tivesse o seu perfume E se o barulho fosse samba Ou tivesse um controle de volume E se o chão fosse cheio de massagem Ou todos os abraços de verdade E se o horizonte não fosse só paisagem E sim passagem de alta velocidade Teletransporte pr'um paraíso Árvores de chocolate Lagos de canções, de sorrisos Grafites pela cidade Não seria preciso sonhar, criar, conquistar Que graça teria tudo isso? Não seria possível sonhar, criar, conquistar Que graça teria tudo isso? Quando der tudo errado Vai se frustrar e chorar ou tentar de novo e se levantar? Quando der tudo errado Vai socar paredes e gritar em travesseiro ou vai pintar? Quem disse que o quadro imita a realidade?

O Milagre da Multiplicação

A fuga não é fugaz E a saga não é sagaz O seu ato pode até ser audaz Mas sem armadura a sua capa será incapaz Diz que ficar é ineficaz Não pedi carta ou cartaz Apenas um sorriso vivaz Mas ainda sou apenas um imaturo rapaz Tentando ter paz Tentando ser mais Só que nas poesias O milagre da multiplicação é dos que dividem E não é só teoria O milagre da multiplicação é dos que dividem

O som de um antigo Oi

Escolhemos caminhos diferentes Nos separamos Mas aí, eles se cruzam de repente Nos encontramos É nostálgico mesmo em direções opostas Talvez outro dia Então falamos das mudanças, das apostas Evolução e teorias Queremos o bem maior que o próprio Mesmo que esse curto tempo pareça ópio Queremos o bem maior que o óbvio Mesmo que amanhã não amanheça sóbrio É sobre muita coisa É sob muitas outras Mas é esse sorriso Que eu espero reencontrar muitas outras vezes Nesse olhar e brilho Que parece uma taça que não mata minha sede Mas me embriaga de felicidade Me faz acreditar e ver a verdade Assim, me salva e dá liberdade Ciclos para uma futura realidade É sobre muita coisa É sob muitas outras

Frenesi Literária

Me controlo ao impulso Enquanto o pulso é bem mais forte Me defendo de insultos Enquanto meu fluxo está sem norte Mas ainda me encontro em palavras Em medos e em turbulências Mas eu ainda procuro as minhas asas Nos enredos de convivência Eu tento fazer das minhas rochas Pontes, mas também muros E tento me refazer para que possa Na liberdade me sentir seguro Não canto em uma gaiola E também não escrevo em papéis Não dobro a minha gola E também não engano alguns fiéis Mas os mostro pelo que luto O que planto e o que irei colher como fruto Para obter um melhor futuro Ao tempo que leva os minutos como tributo Agradeço pela inspiração diária Agradeço pela respiração diária

A Segunda Maria

Não tiraram toda a nossa inocência Mas a crença e a vontade chegam com uma certa frequência Não nos entregaram tanta sapiência Há vezes em que o que é importante nos causa a sonolência E aí, quando enxurra Dizem que se afogou Lágrimas que enxuga Mas sua fé te salvou A sua alma para sentir Seu espírito para repelir Seus olhos para refletir E um coração para sorrir Como você usa as suas armas nessa guerra fria? Não se impõe paz Como é o universo perfeito que a sua mente cria? Não se impõe, faz

E assim... (Nada)

E assim foram abreviados os dias Nos deram insônia noturna Os sonhos se tornaram mercadoria Os pesadelos, boca de urna Um terço dos querubins, não são mais anjos E nem um décimo dos homens foram santos Tantos imersos nessa inércia Enquanto o tempo corre Pessoas paradas nas esquinas Quando quer viver, morre E aí já é tarde Sem o seu precioso momento Vira passado Carregado como pó pelo vento Foi sonhar e nem acordou Não leu o script, não atuou E assim, fecharam-se as cortinas Sem ter aplausos e quase ninguém na platéia Não explodiu e nem fez faísca Não teve una vida simples, nem sua odisseia E assim condensado, reduzido Fez a sua súmula E assim encurtado e resumido Culpa em cúpulas Um infame Não é fato e nem fábula Um infeliz Se tornou apenas, Nada

Gamão

Pensamentos serenos Do que talvez, um dia, seremos Pensamentos terrenos Do que talvez, um dia, teremos O agora é nossa realidade Não o sonho ou a saudade Não que não possamos desejar Ou sentir falta Não que não possamos desenhar Ou fazer pauta Alguns dizem saber muito sobre o fim do mundo E nem sabem o que irá acontecer ao final desse dia Alguns dizem ter as teorias do começo disso tudo E nem sabem de onde surge a canção ou a poesia Eu mesmo, não sei...

Síntese de Frenesi ou Sinta-se Feliz

Reclusão temporária, disponha de toda diplomacia Venetas em filosofia É melhor o silencio do que dizer qualquer porcaria Em vereda de afasia A sua fúria gagueja só um terço da teoria que teria Quebradas em avaria Tenta soar como herói e pinta um quadro de ironia Em vão, sua energia Talvez até iria Mas em ira, pereceria Talvez até faria Mas em ira, sucumbiria Você não conseguirá enxergar quando for olhar direto para a luz Em cidades, países, mundos e universos de alternadas realidades Caminhar com o peso da inconsciência, achando que é uma cruz Antes enfrentar os seus demônios em Terra do que na eternidade Choramos por tão pouco E não olhamos para os outros No fundo de seus poços Fraquezas por trás dos rostos Sorrisos são máscaras Conflitos, farpas Traduzidos em aspas Cozidos em latas Tem o medo da morte ou o de viver?

De Um à Dez (Respiração)

Frenesi em simples faísca Enquanto chama Não clama minha explosão Frenesi ao que rabisca Enquanto canta Me acalma em sua canção Expulso meus demônios Sem exorcismo E sim exercício de decisão Expurgo em sinônimos Adeus abismo Um novo olá ressurreição Frenesi sempre Fênix Sorrisos, olhares Os dias chegam e se vão Frenesi sempre feliz Lembrar é atração Mas a saudade é traição Socos na parede Do esôfago Ou do coração Nós, na garganta...

Mistura Rica (Os Muleque é...)

A gíria dos meninos salva Lava a alma Punhos ao alto em palmas Trazem calma No rádio toca E na batida da música soca, nos invoca E quem gosta Pior que filho morto, é vê-lo nas drogas E eles sabem O que vejo é a poesia em tráfico de informação E eles invadem Uns fazem da realidade piadas e eles, a salação O meninos são muito mais homens Do que esses meros velhos sub-tradicionalistas No preconceito desses que somem Não assumem, não são nada, e não são realistas A narração deles é mais intrigante que Sheldon Entra forte na mente igual a Sun Tzu Misturam a Bahia, o samba, esse Brasil inteirão É Norte e não é só Zona Leste ou Sul Estou convicto a dizer que melhor Rap é o daqui Não é só toda a mistura da mais rica Eles sabem o que falar, sabem como fazer sentir Ouso dizer que os muleques são zika Eu ouvi Minha palavra vale um tiro e eu tenho muita munição Eu senti Escrevi, comecei a fazer de cada poesia, uma canção

Soul mais Samba, Por isso o Sorriso

Algumas muambas Quase sem ter espaço na caçamba Quase que não tampa No rádio um chiado e mais o samba Logo logo vai chegar Uma mudança ao som de saudosa maloca Joga as cascas pra lá Um cavaco, assovios e sorrisos ao que toca Originais do Brasil Com destino à São Paulo ou ao Rio No calor e no frio Dá um olhar gentil e recebe um hostil O civil e o covil Mas onde já se viu Devolveu, sorriu Nem tudo é desafio Só quer somar e ser mais Deixa ele com o seu som Não quer domar, quer paz Deixa ele com o seu dom

Mas o que tem depois do final feliz?

O agradecimento É a mais honesta das orações E a superação É a mais sincera das ambições Então prepare-se para receber um conselho Um tanto que sádico Cuidar da própria vida ou olhar pro espelho É muito mais prático Abra sua mente Não tranque ela igual a uma cela E não se sente Só observando como uma novela Não siga a quem não quer saber Não se importa se um dia tu for refém Pois o desejo forte não é o de ter É o de ceder e também ser de alguém Quem conhece a paz Quer apenas o amor e não a guerra Observa o Universo Mas só quer um cantinho na Terra Pra ver se um dia ele entende O que é... O viveram felizes para sempre Tem fé... Mas o que tem depois do final feliz? Dizem que tem muitas batalhas, guri

A Nona (Segundo e Quarto)

A poeira desenha os traços Do até então invisível Entra nos lares e barracos Doando o ar perecível Dias secos de Outono Dias frios virão no Inverno No Verão é um forno E na Primavera é um terno Estamos dentro de um ciclo Não somos um centro E estamos dentro desse rito De ventos e momentos Grãos do Universo Poeiras cósmicas O que é ser eterno Em várias óticas Mito Grego ou astral Ou em historias Nórdicas O personagem central E um lírico da devotchka Mesmo ao respeito A fúria cela mais um destino Gloopy, sem jeito Entre os homens e meninos

(A)Corda

Piano de dar corda Bailarina com o pé de imã Espelho de voltas Luzes e cores num prisma Os olhos dessa criança vidram Sempre nessa mesma beleza Enquanto os adultos brindam E deixam as conversas na mesa Bolhas nos dedos E o sangue que vai se escorrendo É dor e aprendendo Sofrendo, talvez me arrependendo Estudos que quero aprimorar Lápis para a poesia e pr'o desenhar Escreve notas que vou tocar Mas não sei seu eu vou  improvisar Sempre sai do contexto Mas continua no tempo Num mundo cheio de regras impostas Onde nem tudo tem sua resposta Num mundo cheio de mentes opostas Tem que ser em você, sua aposta

Camomila

Nem todo doce é goodvibe Nem todo Latim tem a tecla sap Nem toda fúria quer mate E nem todo bum segue de clack Penso, logo crio Mas há um simples Destino Com seu ato frio À dois passos de seu ensino Abstrato, cheio de detalhes para observar Nós, a tirar conclusões confusas no pensar Dores do vazio Que é tão saudosista O ódio é notório Pelos tradicionalistas E peço a quem estiver lendo isso Passe logo, pro próximo capítulo

Apenas uma Neblina

A Neblina cinzenta Quase escura De quem se isenta De sua culpa Neblina do perdoar Sem vento Que se foi por doar Seu tempo Neblina das lágrimas Na chuva que passa pelo rosto Se infiltra de lástimas Em sua alma, espírito e corpo Neblina de concreto Onde será feita a ponte ou o muro E nada por completo Será acolhedora ou fará-se escudo Neblina do ainda Sem saber o que fazer Como seguir a vida Qual caminho percorrer E depois da tempestade vem a bonança Mas isso é apenas uma neblina, criança

Nem nós, nem laços

Falta algo Um pedaço que eu recebi e mesmo assim, perdi Falta laço Como num cadarço desamarrado, torpecei e caí E então, pretérito perfeito Indicativo, porém é indagativo  O que eu poderia ter feito É sugestivo, porém compassivo E hoje nada em definitivo Indecisões em ações minuciosas ao objetivo Muito racional e sensitivo É dentre a intuição, o instrutivo e o instintivo  Temos saudades daquilo que pode voltar Aquilo que perdemos é falta Tememos a verdade no deixar, no libertar Pois não sabemos pela alma Se aquela era mesmo a outra metade Do que um dia já fez parte Voltar a ser quase algo, é fragilidade O olhar de Vênus pra Marte Longe, distante, platônico Longe, distante e irônico...

Estirão e Estiadas

A gíria não massacra nosso vocabulário Ao contrário, enriquece A licença poética dentre urbano e diário A quem é nosso alicerce Não é de classe, de estudo ou de operário É de quem não se esquece Não é uma farsa, é o escudo, é o santuário É a fé ao dia que fortalece E é sempre essa prece sem pressa Pois as coisas mudam Curvas, ruas, viadutos e travessas Que vêm e se cruzam

Faz parte...

Há uma saudade impar Do mesmo modo que há uma em par Embora em faltas de ar Ambas valorosas, diamante ou âmbar Por qual sangrar? Por que se sugar? Saiba que o verdadeiro tesouro Está no Presente, dado pelo mesmo Em baixo de um banco de couro No canto ou ao lado, não é segredo O pior cego é aquele que não quer ver Assim como o pior mudo é o que não fala E o pior surdo é o que não ouve, ao ter Não crê ao saber lá no fundo de sua alma Que o tempo, os caminhos e as escolhas separam Faz parte do ciclo Como mãos que bagunçam e arrumam, espalham Faz parte do circo

Das duas às duas

Das duas às duas Sarau para o Sol e para a Lua Na arte das ruas Não à venda e nem semi-nua Histórias na poesia que se perpetua Em alguma canção que flutua Na esperança de que mais se inclua E que o termino não se conclua Não é só minha e nem é apenas sua É toda nossa e é mútua  Vamos tumultuar ou ficar de estatua Ao que no peito se tatua Na ênfase do que se acentua Há a fé que triunfa E na mistura do que se junta Somas de culturas Dividem ao multiplicar e por ventura Farturas de criaturas cheias de ternura Na procura da moldura, pela pintura Loucura e bravura, torturas e canduras Das duas às duas Na arte das ruas

Confusões ou Conclusões... (Entre Platônicos, Sócrates, Filosofias, Teorias e Práticas de Horácio)

Dons da arte pagã Vãs filosofias num divã E as teorias cristãs Entre serpentes e maçãs Algum talismã Feito de arruda, trevo ou romã Os deuses e titãs Histórias de ontem ou amanhã Pintura, poesia sã Blusa de tricô em lã Castanho de avelã No olhar dessa vilã Bruxaria, eu estou tantã Fiz até o seu café da manhã Minha armadura, seu imã Na princesa vestida de aldeã Bagunçando todas as profecias xamãs Preciso apenas decidir Futuro incerto, de continuar nesse clã Acho que vou sair daqui Nada de exatas ou humanas Qual é a música que nos tocará? As certezas parecem insanas Qual verdade que nos libertará? Só sei, que nada...