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Mostrando postagens de janeiro, 2015

E a Fé...

É sério, é cada cena viu Eu fico com pena de cada mãe que pariu De toda alma que partiu Da justiça que desse lado do muro, sumiu De cada  vingador que surgiu Aos noticiários, são populares, febril A impunidade de cada civil E cada covil de perfil gentil ou hostil Mais uma guerra explodiu E no jornal foi folheado, minucioso, porém sútil Deram preferencia ao fútil Dentro desse país, onde a miséria parece fértil E a fé, onde está meu Deus?

Anjos e Lobos

Promissor ao assombro-vento Um sussurro aos não atentos Murmúrios de olhares sedentos Abrir a porta torna-se segredo A abonança invade a tempestade Os uivos são das almas que buscam a liberdade E o som dos anjos em voracidade Vem sem velocidade em resumo de infelicidade O cântico Céltico aos céticos Em um santico Dântico, sintético O âmbito romântico, profético No hábito satânico de ser poético Não é de agora essa aurora É de outrora e vem lá de fora A metamorfose em metáfora Chuva que chora sem demora Ambulante e cigano de onde mora Ser raiz onde a sua inspiração assopra Relutante sem engano onde aflora E aqui ou ali, na vocação que provoca Pacto que invoca Junto a anjos e lobos Ato que convoca Junto a santos e loucos

Maná (Poesia e Música)

Nossa carga irá sempre existir E apenas basta saber quando dividir A qualidade às vezes irá sorrir Em raridade, na caridade de investir O tempo e sua alquimia Onde tudo se transformará em poesia Ações, táticas e teorias Entre o ser e o seria, o fazer e a afasia Transcender e transbordar Ao sofrer e sufocar Transcrever e transportar Por doer e perdoar Maná, é o nosso pão de cada dia E o corpo é apenas rito de passagem dessa travessia Maná, é o nosso pão de cada dia E a nossa alma, é apenas um calor da pele que esfria Em discos, em riscos Ver círculos Em circos, em ciclos E versículos

Cozinha

E o verbo se fez carne Se fez pão, água e vinho Toda criação, toda arte Rosa, perfume e espinho Em seu Deus interno E seu Espírito eterno O Verbo se fez Verso Universos e inversos Assim, se fez de alimento para quem tem fome Se fez de sonho mesmo quando não se dorme

Passageiro (parte 2)

Talvez em alguma rua da Lua Ou sei lá, em alguma parte Marte Onde não se recua, perpetua Onde a Arte tem o seu estandarte Nós voltamos a declarar todo o amor a criação Nossa criança cheia de giz e lápis nas mãos Fecha seus olhos e sorri ao acalanto da canção Nossa criança cheia de sonho e imaginação Sem escolta A poesia volta Toma nota Refaz sua rota E não são apenas as vozes externas São também divindades internas E não são só as restaurações eternas São também as opiniões diversas E de versos em versos Te mostro o meu Universo Meus mundos e insetos Os meus vulgos e excetos De silencio em silencio, as costas Em aspas, de uma nova proposta Aos Argonautas no Planeta Água Astronautas no Planeta Terra Cosmonautas no Planeta Magoa Bionautas no Planeta Guerra

Áries

Um inimigo de mim mesmo Com os pensamentos vazios, a memoria sem foco E dentro de vícios e virtudes Procuro me encontrar ao me perder em seus olhos Falo pouco para não parecer tolo Mas de três palavras gagas, vem o estouro Que vem e me liberta do sufoco Em toda essa tragédia, um sorriso cômico Então pronto, falei, o que parecia, eu nem sei Deixei as minhas palavras com o vento e voei

Acalento

Súbito silencio Suspenso Sutil ao templo Sustento Sussurros do vento Ao que subentendo O suposto lamento E do que é sedento O surto do pendulo Todas as cores e o branco e preto O susto e o tremulo O Súcubo e o meu demônio-tempo Parece ser saudade Pode ser e até é Mas não de verdade Em crença, em fé A miragem no deserto Quem acha, vive se perdendo Todo o tubo de ensaio Todo cubo de arrependimento Deixei de lado todas as teorias Na defesa de todos ideais, escolhas e raças Tentei viver as minhas poesias Onde o espírito é forte, mas a carne é fraca Dormi e sonhei Tentei Sorri e acordei Realizei 

Bosques

Ciclos intermináveis De termos Que todos nós temos E eu temo Aos fantasmas Alturas e asmas Não chorar Não sorrir Não voltar Ou não ir Cabe a mim, todas as minhas decisões E não cabe em mim, minhas indecisões E o que tomei Estava gelada no copo E o que derramei Não veio de meus olhos Era mais interno em simpatia Era mais sincero ser a apatia Todos nós somos Todos os nós Vamos e fomos Todos a sós Esse corpo que é rito de passagem Apenas espera por sua eterna viagem

Vernon

É na distancia do mundo Que se cria outro É ficando mudo Que se tranca o monstro E a sua fera descansa Após uma tempestade de guerras É quando vem a bonança Que a sua explosão se encerra Eu deixei minhas criaturas livres E por um bom tempo me prendi Clamei que voltassem e ocupassem O espaço que eu cedi Me arrependi E me senti mais só do que antes Mas renasci Em meio a consoantes e sonantes Constantes perante a mim Incessantes sem heróis ou figurantes Quando parecia ser o fim Veio uma voz vibrante e sussurrante Com novas histórias Sobre inimigos e amantes Com novas memórias De meros e extravagantes Méritos da voz...

Casa de Rascunhos

Algumas pessoas chegam de repente E nos perguntam; Como o cérebro cabe na mente? E outras; Como a alma cabe na gente? Ou até; Por que o caminho é sempre para frente? Nós não coroamos o coração, Ele não manda em nada A não ser em nossa pulsação, Por saber, só sei que nada Qual é a real relação com a morte? Quem nos julga? Qual é a deixa que nos deixa forte? Quem conjuga? E se a vida é fácil, é fraco Se está difícil, é mero fracassado Se venceu, você fez pacto Se envelheceu, és um velho chato Mas se amadureceu, caiu do galho Está pronto pra ser levado em sua colheita E ao que foi plantado nesse pasto É do fazendeiro, que sua vontade seja feita Amém...

Nês

Eu desisti de mudar o mundo E sei que os deuses também desistiram Eu presenciei a queda do muro E sei que muitos também só assistiram Na noite de fogos eu fui dormir E nem me lembro se consegui sorrir

Rasuras (Cadeias da Alma)

As ideias fogem e se apagam Amassadas em folhas às sobras E num canto escuro e paralelo Fantasmas fazem suas manobras A angustia toma o seu espaço Refaz as lacunas de um passado Os demônios vêm sem pacto Dominar a mente do fracassado Rasuras são maquinadas e jogadas fora São anjos que caíram do céu e se revoltaram E de pouca luz suas poesias de outrora Traduzidas em poeiras que não se limparam As facas atravessam a alma Se diz forte e deita em lágrimas Seu olhar longe, em plástica Efeito que naturalmente se apaga Os cortes cicatrizam em cura Mais resistentes que sua armadura O seu olhar aparenta loucura Pois suas forças vêm da amargura Seu peito recebe a nova postura Em grito ensurdecedor de bravura Deixa pra trás toda sua brandura Não sei se ele ainda tem a ternura Pois agora é outra criatura Sem ter medo de novas aventuras Suas armas fazem trituras Em sua defesa um muro se figura E na mente, o medo não se mistura

Sol em fim de tarde

O suor escorre O olhar sofre E a alma morre Um menino que corre Mas é só pique esconde E seu velho no porre Pra casa agora, volte Deixe isso no chão, solte Na mesa, não arrote Coma legumes e fique mais forte Que nem o cara daquele esporte Vamos curar, limpar esses cortes Chegue antes das nove, acho que hoje chove Se passar disso, vai levar um sacode Você tem pés de pobre, mas o coração nobre Ele tropeça e leva um capote Mas olha pra trás como se tivesse sorte Como se fosse Vip no camarote Abençoa a mãe com o cordão de São Jorge Leve do berço, mas o traga sem morte Com o terço da santa e um quarto do cofre Ora para que alguma hora ele retorne Assim como a leve brisa, sopre Supri o espaço que no peito não sobre A maquiagem que não borre Por favor, não chore Faça café, antes que ele acorde E está no coração enorme de todas as mães No Sol de todas as manhãs Fim de tarde, meio de madrugadas e manhas 

Touro (Ascendente em...)

Fraquejar ou taticar Quem vai voltar ou revoltar Ventar ou inventar Em partes, se pá, participar A resistência vem do calejar A desistência vem do machucar A prudência vem do calcular A imprudência vem do fracassar Algumas palavras ao vento, com o ar Querendo fugir desse lugar Assim fica até fácil falar, tentar rimar Querendo vender ou alugar Ninguém é mais o mesmo longe de seu lar Ou dentro das marés ao velejar Todos a evoluir ou ruir entregues a esse mar Jogados nas redes do deix’estar Quem firma os pés ousa usar E o seu olhar a fixar Longe das ficções ao sonhar Em frente, enfrentar Acreditar que pode se moldar Na simplicidade de enxergar e implantar Através do se encarar e mudar Não mudo e sim ao se recitar, se decifrar Muitos vão falar Não se importe, mas saiba se portar Poucos vão calar Sem suporte eles não vão te superar Mil ao seu lado esquerdo e dez mil ao seu lado direito E não deixe de escalar ou caminhar a cada n

Brânquias e Guelras

Superficial como os efeitos, As maquiagens, marcas Artificial como os defeitos, Nas paisagens opacas As máscaras dentro de um sorriso E então, acordar de um precipício O degradê do horizonte Atravessando a ponte Onde o sonho se esconde Na raiz e na fonte Apesar de todas as quedas, levantar Apesar de toda tempestade, acreditar São tantas cores e espécies Doces e salgados, rasos e fundos São tantos pedidos e preces Paz e Caos, Universos e Mundos Fora da água Toda mágoa