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Mostrando postagens de dezembro, 2014

Sarau, Luau e Litoral

E precocemente morre a poesia amassada Dentro da frase deletada A criança vai aos céus sem uma caminhada Sem uma historia contada Pai é quem cria e pela Morte ela foi adotada Foi pelo Destino, levada O corpo é rito de passagem e ela foi sorteada A não sofrer na jornada Assim Tira toda a poeira do chão em vão, pois não limpa os seus móveis Assim Vai até o mar se perguntar de onde vêm as lágrimas de um homem De onde vem eu também não sei Mas é aqui o seu destino final E nas dores que em amores se fez Elas vêm parar aqui, no Litoral Em todas as festas da virada, de ano, de jogo Não coloque a mão e nem brinque com o fogo...

Frago

A sabaticidade do começo de ano para alguns A simplicidade no olhar do rapaz comum Boêmia que na roça se traduz aos vagabundos E para a poesia é a inveja de todo mundo

Ouço mil vozes

O amor em muitas vezes A amortecer e em outras a amordaçar O perdão a doer ou a doar Ao pedir em oração, talvez a alcançar Desatando todos os nós em laços Eu apaguei a luz que havia na imensidão Devastando toda raiz do fracasso Percebi que eu nunca caminhei em vão Do outro lado da escrita  Mais um Universo inacabado Do outro lado da poesia Mais um coração despedaçado Ouço mil vozes Cada uma com mil histórias pra contar Ouço mil vozes Cada uma com mil músicas pra cantar

Vésperas

Nem sempre odeio a tradição Receio, tradução O rodeio, o recreio em reação Toda ressurreição  Vésperas de comemoração Feriados, fração E é legal toda essa alegação Adeus delegação Vamos pra casa em oração Achando que estaremos longe de toda maldição Vamos pra casa fazer a lição Esperando qualquer rádio tocar a nossa canção Ou de frente pra televisão Ver agradecimentos de quem ganhou a eleição O melhor romance ou ação Ou até de quem mentiu melhor pra essa nação Sem pressa pela revolução Cheio de vendas à evolução

Vanescer

Minha bagunça organizada Um puro plural Conforme já foi informada Sem muros, mural Nosso antigo carnaval em fotos Coração enorme de ficção Nossos sorrisos e outros corpos Sem nomes e sem feição Eu saio de casa em direção à Heartbreak Hotel Pensando e observando o brilho da Lua no céu

Sei lá...

O que trago pro pulmão Pra mente, pro coração O que trago como lição Lacunas nunca em vão Que se vão Em cicatrizes da imensidão Que se não Meras lágrimas de indecisão Uma força sobrenatural da mente sobre o corpo Os pesadelos e os sonhos, os vultos e os rostos Um samba pro sábado O dormir do domingo Em torno dos tornados As feras e os feridos Já é quase Segunda de novo E já é quase Janeiro de novo Sei lá... Só sei que sei lá!

Apenas Só, Carrasco de Nós

As dores e os odores do mundo Imundo, confundindo valores e horrores As cores e as flores do moribundo O vagabundo, seus amores sem sabores Tudo passa, mas o que ficam são as pegadas Ou os rastros O que deixam talvez seja apenas só, os restos Os estilhaços Tudo pode ser horizonte Até mesmo observado na vertical dos astros Tudo parece ser distante No Universo, Lua, ventos, marés e mastros E o eco do silencio O ego do momento E é apenas só Digno de dó Voltando ao pó Garganta, nó E nós, esperando A peça que ligue nosso quebra cabeça E nós, esperando Dentro de nossa maior força, a crença É apenas só Quase em voz O meu algoz Desapego a sós

Penumbra

O vazio é uma lacuna ao pesadelo É um calor junto ao medo Dentro da nascente de todo desejo Ouço o sussurro do vento A gravidade interminável Em uma imensa escuridão Onde tudo se é intocável Abro os olhos sem direção Um suor e as mãos no peito Agora fora da causa e efeito

Mohandas

Chuvas e tempestades Secas e devastações De impérios e aldeães Cemitérios e religiões Regiões afetadas pela ganancia E as crianças que morrem antes da sua infância Depois da tempestade, a bonança Então esperando pelo Apocalipse com confiança De que toda maldade descansará em paz E nós poderemos ter a nossa e muito mais

Você não está só

A alma de um homem Tenta dizer o que em vida ele não disse Vem, aparece e some Tenta e assombra sem que conseguisse Que alguém o visse ou o ouvisse E na sua frente sem que acredite Balança a cabeça e diz que não é verdade Impede a alma de ter sua liberdade Se tranca sob as cobertas da peculiaridade Se protege dentro da mediocridade O pior cego é aquele que finge não ver Não se abre ao mediúnico, ter e não crer Relaxe a sua mente Receba o dom que lhe foi doado É tudo tão diferente Realmente, mas deixe ser guiado Deixe estar ao que veio apenas para te ajudar Voz que te fará caminhar, realizar e concretizar

(Des)Ambíguo

Nós sempre estamos em busca de algo que nos complete A procura de algo que nos infecte e em afeto nos afete Como uma roupa que te veste ou um sonho que se investe Mas em setenta vezes sete na perfeição de que se erre Algo nos impede de encontrar encaixes desse quebra-cabeça Mas não vamos parar até que a fé vença e a crença prevaleça

Torá

Cansados do mesmo Nós vemos novidades em Museus E a tudo que podemos Temos os termos entre Zeus e Deus Um tratado de Paz de Romanos e Fariseus Um respeito nas crenças dos religiosos e dos ateus Um dia utópico que ninguém me Prometeu E dentro dos olhares, quem são os outros e os seus Um dia utópico sobre haver o respeito Um sonho sem pronome e sem sujeito

Týr

A mão dentro da boca de um feroz Lobo É a palavra, a promessa de que terá a sua liberdade A mão dentro das chamas do voraz Fogo Não garante que o outro, esteja contigo em verdade

Soldado de Jorge

No espelho está o ego ou o que poderá ser mudado Ato incontrolável ao que pode ser moldado O corpo dói ao que foi doado, descanso ao soldado Suas pernas e seus braços, o ombro fardado Quem carregou o peso do mundo nas costas Proposta imposta à mente nunca oposta Era o sonho por medalhas, agora de sua volta Sabe o que perdeu e o que todo dia adota Não se revolta, mas o seu retorno é um grande tumulto Sobre outros ombros, desce a bandeira junto ao tumulo Herói de guerra junto à Lua Trocou algumas vidas pela sua E de lá observa a antiga rua Deixando o ciclo que continua Está ao lado Jorge, seu protetor, que veio e o recrutou Contra os dragões, demônios que ele também derrotou

Colher o Dia e Plantar, Implantar o Carpe Diem

Um discurso rançoso E eu nunca ansioso pro final, Nessas estações sem carnaval, No bar dos Bardos, afinal As poesias de boteco Assombram o ego de seu sinal O que pode ter se resolvido no eco do aval, Não em vão, talvez acidental Sempre a mesma coisa, Nessa era do que antes fosse Eu vejo velharias feitas para hoje E novidades feitas para ontem Pessoas longe de seu tempo, Vai de ansiedade, insanidade à ancianidade De toda diversidade, novidade e antiguidade, Extinções dentro de nossa raridade, nossa realidade Entre saudosistas e futuristas, Vivendo apenas o meu momento Esperando e deixando, tudo a seu tempo Como abrir os braços pra chuva ou pro vento A brisa não avisa, ameniza, Prioriza estar longe da hipocrisia Preocupar-se com a própria vida Pegar a curva, o retorno, a saída Somos insetos dentro do Universo Mas nunca infectos ao manifesto...

REM

Em uma gravidade continua Alguém tenta falar E o corpo parece que flutua No ato de paralisar Um fantasma, um vulto Ao me observar em culto E a mente sofre o surto Toda raiz de nosso fruto Foram apenas alguns segundos Até poder voltar ao meu mundo

Charlie

Frio na espinha Explosão de adrenalina Raciocínio ilógico Infecto de morfina Sem ter afetado a retina Inoportuno ao código Devaneio à luz divina A Lua atrás dessa neblina Solidão, solo, sólido A névoa da esquina Que vem até minha cortina Infortuno ao óbvio Na estrada da rotina Uma nova história se escrevia Sobre amor e ódio Não vi o fim Vi a continuação E ouvi a canção Consegui dormir ao ninar

Teatro do Infinito

Há o peso em meus ombros Os meus fantasmas Meus demônios e monstros Respiração e asma O carma encadeado Físico, moral, espiritual O carma enterrado Não encerrado ao astral Ainda cheio de ciclos Ainda cheio de riscos

2,47

Através das nuvens A Lua E atravessa o corpo A chuva Os braços se abrem ao receber As preces do que eu espero acontecer Os olhos se fecham a entender De que não é só pedir, tens que fazer É sonhar acordado, mas em ação Não cantar calado, minha canção

E a Luz se Fez

Em pacto Eis a causa do impacto Eis o fato Eis o meu terceiro ato O primeiro é o de chegar O segundo é te cumprimentar O terceira é só esse traçar E o quarto, é a sua alma levar Se não se importa o como cresça E o como aconteça O tanto que estará sobre cabeças Mas não se esqueça A qualquer hora O seu espirito, eu terei A começar agora Pois a sua alma, levarei

Inseto Isento

Vai fazer ou deixar o tempo trazer O clichê de amortecer ou o amor tecer Ao escolher ou deixar acontecer Percorrer ao ato andar ou ao de correr No decorrer dos segundos, minutos Dias e meses Anos luz, séculos lunares, luto e vulto Aqui, às vezes Na maior parte, em sonhos Esperando o dia chegar Não em sonos, eu suponho É na visão de acreditar Olhos abertos Ao que será descoberto Livros abertos Na biografia do incerto Do inseto ao universo

A Abstração

Esculturas de arames De entulhos e lixos Vendidos às madames Em forma de bichos Árvores de latas Quadros sem sentido Altar que relata A abstração do vivido De sua visão, em outros olhares De aqui, estar em outros lugares

Última Página

É difícil aceitar que duvida liberta Dispersa, atravessa e deixa nossa mente muito mais aberta Às novas descobertas, novas eras Quando sua mira não acerta e se entende melhor as regras Que o ciclo é só mais uma visão velha De que há destinos distintos até mesmo para as pedras Mas nem o autor sabe o fim da novela Quem batizou com nome o criador a quem tudo impera Era um João ninguém Que também não sabia dizer amém Mas enxergava além Do que está pra chegar e ainda vem O Fim...

Sorriso Crespo

Corpo de violão E o gingado de cavaco Faz todo forte Sentir-se homem fraco Cabelos fora do contexto De todos esses comerciais lisos Faz de seus passos crespos Devaneios dentro de seu sorriso Diz sempre que esses otários não mudam o conceito Que só pensam em bunda e peito Diz de suas tristezas profundas, que só quer respeito Então vem e se junta ao que eu vejo Os seus olhos e seus segredos Apenas me deixam sem jeito E me deixam aqui, escrevendo Descrevendo, você ao vento Seu samba paralisado Só nos jogos de visões, tentando o disfarce Em sua face, alucinado Eu e meus atos mentais cheios de impasses O que será que ela dirá?

Angra dos Sonos

Em muitas teorias Frases de melhorias Do que melhoraria Ou o que aconteceria E são cofres cheios de recheios Omissões e segredos sem freio Eles pegam da Terra O que ela, um dia pegará de volta Fazem suas guerras E mais um dos soldados se revolta "Nada em sua tela é verdade Todos os seus heróis são meros covardes Fazem da oposição, maldade E quando for abrir os olhos, já será tarde" E são cofres cheios de recheios Omissões e segredos sem freio

Universo no Lápis

No Universo da Criação Há vários mundos No Universo do Tempo Há vários segundos No Universo da Canção Há vários submundos No Universo da Omissão Vários seres imundos No Universo da Submissão Nenhum desejo a se cumprir No Universo da sua Missão Nenhum segredo a te suprir No Universo dos caminhos Várias estradas esburacadas No Universo dos destinos Várias linhas foram traçadas No Universo dos Loucos Uma Linha foi retraçada, retalhada No Universo dos Poucos Uma Linda foi retardada, retratada Só que no Universo dos Universos Há lugares onde nunca visitei E no Universo que reúne os versos Há rabiscos que eu desenhei

Síntese Sintética, Prece Poética

No início era só Escuridão Hoje infectada pela Luz O silencio se faz imensidão Esconde a face no capuz Te disseram que a Luz era o bem E o anjo vindo dela nos odeia O que corre na veia e no peito tem É essa ceia do que nos rodeia Ainda espero a verdade me libertar Foda-se o que dizem dessas poesias Em liberdade poética do que recitar Foda-se o que dizem dessas teorias Ainda faço o que sinto Conciso, sucinto Ainda falho, não minto Conflito, convicto Ainda humano em dores do espírito e da alma Fecho os olhos e durmo Sempre em busca da cura dessa fúria na calma E eu assumo, não sumo

Homem de Lata (parte 3)

Não quis ouvir mais nada Deitei ao som de minha rádio pirata Em versão aleatória, pirada Em aversão ao nó que não se desata Ao nós que tentei deixar pra trás Só para tentar viver, dormir em paz Mas não é desse jeito que se faz E como fazer, se não aguento mais? E eu até que já passei por essa circuncisão antes A cauterização e a cicatrização, ninguém garante E o ditado vem e diz Antes só, do que mal acompanhado Não interessa, eu fiz E tenho essa face e o olhar fechado Com o peito enjaulado Com o coração enlatado E o diabo vem e diz Antes só, do que mal acompanhado Não interessa, eu fiz E tenho essa face e o olhar fechado

Há Dias, nada a Adiar (Deix'estar)

A tela que vejo dentro do caminho noturno Tem pouca luz, mas muito brilho Distantes e horizontes, sinônimos de futuro E o meu tempo que já foi escrito Não destino e sim história Não fictício e sim memória O que vem depois, talvez nem seu Deus saiba Se não, não existiria o julgamento ou o livre arbítrio Se fosse tudo programado, não existiriam balas Entre verdades e mentiras, o omisso, ócios e ofícios De todo o desiquilíbrio, os braços abertos pra receber a chuva O meu olhar fixo e minha respiração que se curva à luz da Lua A noite não dura Mas me traz o descanso e o meu forte dorme Apenas me cura A luz da manhã chega e agora acorde homem Para novos acordes, novas criações Ideias, poesias, desenhos e canções

Teatro de Meias nas Mão

O peso preso É um terço grego O olhar vesgo Ao falar pra leigo Esse não é o jeito Filmado em branco e preto Esse é teu peito Blindado ao brando e leito Tempestade de ventos O trato foi feito De tempos em tempos Um pacto eleito Quem nasceu sem ter alma pra vender Sem vida pra perder Morreu sem uma família pra interceder Sem firma pra ceder As cortinas abriram e fecharam E tu nem foi coadjuvante As cortinas abriram e fecharam E tu foi apenas figurante

Ramon

Falso manifesto Cegos a todo protesto Mudos ao gesto Não mudo, não presto E se fico só assistindo E se fico só ouvindo É porque não acredito Porque paro e reflito Ainda não mudei pouco Para poder mudar muito Ainda prefiro ser louco Do que mudar o mundo Não mudei a mim mesmo...

Três HK

Algumas culturas te fazem pensar Outras, te fazem rebolar Mas todas merecem respeito É logico que algumas vendem mais Como um analgésico eficaz Blindado dentro da causa e feito Algumas linhas de bases e graves Poesias pintadas de aves Três HK ao pronome do sujeito

Co(o)Missão

Casa da Paz Repouso de reflexão Longe de toda destruição Cada ligação externa Confuso mundo de perfeição Sempre em reconstrução De vasta devastação O céu chora sua escuridão Desata o que desmata a fração Casa do Caos Renomeado pelos pagãos Abortados pela nação “Nascidos de outra Maria E não a nossa” Eles dizem

Homem de Lata (parte 2)

Minhas conquistas não são por onde passei Mas sim, os corações que conquistei E nas mentes em que eu fiquei Os olhares que deixei E não é por ouro ou prata Que escondo bem no meio da mata É o reconhecimento que esse homem de lata Acelera, na sexta engata e dá adeus à mais ingrata... Eu que um dia pedi coração, não quero mais!

D'oito

Tu não cresce quando esquece a toalha Percebe que se cortou com a navalha E acha que já saiu de casa Mas sempre volta pro arroz e feijão Queijo derretido e macarrão Ou volta correndo pra colocar a ração Tu não cresce, mas a mente evolui O pensamento flui, começa e conclui Sempre atribui, mas nunca diminui Tu não percebe, mas somos tão pequenos Que nem vemos que no tamanho do Universo Não há muita diferença entre nós e o inseto A nossa alma sim, essa cresce e se expande E há quem se espante, meros figurantes Talvez coadjuvante e nós, sempre adiante

Leto

Palmos e léguas Ofuscado em nevoas Escuridão, trevas E pedras dessa selva Na cruz de giz Vamos do paraíso ao inferno Na luz que diz Depois do fim, vem o eterno Sem mapas E sem aspas Escravo urbano Por mais de trezentos dias por ano Está sangrando E quem é o verdadeiro malandro? A salvação não pode ser a morte Pois a canção é o nosso ponto forte A atração está na busca por sorte Pois a ração foi jogada sem o norte A saudade nos prenderá E a verdade nos libertará

Violão e Montanha

A poesia por si só Do instrumento A fantasia sem voz De seu alimento A imaginação A inspiração A canção A ficção A ação A reação A atração A indagação A observação A transpiração A respiração A abdução E sua hábil indução Assimétrica na fração Frases perdidas na narração Desenha-se a montanha da nação Sem Pôr-do-sol, por mera interpretação Já no alto, sobe e desce várias vezes sem opção Desdenha-se; Olá...