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O Novo Velho Rabugento

Disse o mais novo velho rabugento
- Podem me chamar de butequeiro
Mas nunca, de traiçoeiro

Há igrejas do tamanho do meu banheiro
Que arrecadam muito mais dinheiro
Do que eu e você o dia inteiro

Coitado desse velho fuzileiro
Que limpou seu bolso de guerreiro
Em muita cerveja, cigarro e Velho Barreiro

E de tanto estudo, se tornou pedreiro
De tantas amantes, foi sempre solteiro
Usa pele de lobo, mas é cordeiro

Fico aqui, de frente a esse bueiro
Ascendo mais um, com algum isqueiro
Recitando versos aos forasteiros

Prefiro os velhos domingos no terreiro
Do que os domingos de futebol e roteiros
Vendo crianças correndo e escondendo seus brigadeiros

Mas nunca, já mais, vou a um convento ou mosteiro
Eu volto a falar em um Deus que não creio
Mas que já depositei muitos desejos

Eu já nem sei o que ou com quem estou falando aqui fora
Talvez eu até saiba onde eu estou agora
Mas sempre me perco a essas horas

Que nem sei quais são...

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Verdadeira Oração

Uma paz de não estar aqui Uma meditação para chorar e sorrir Um motivo de ser e sentir O corpo cobrir, a alma vestir e partir Quando o arrepio não é calafrio Quando o escuro não é sombrio Quando o silêncio não é desafio Quando distância não é hospício Faz contato com o seu Deus...

O Verbo

Você nunca vai aprender o que acha que já sabe E olha, tem sempre algo novo para explorar Você nunca vai entender nem um terço da metade Porque é preciso investigar e se aprofundar A verdade que você conhece hoje, é apenas a sua verdade Mas tem muito mais coisas do outro lado da porta Dentro do seu mundo, nunca vai compreender a realidade Viverá no raso daquele do que não conheceu lá fora Então meu caro amigo... Consegue entender isso? Mas esse é o medo de quem te controla Não é e nunca deveria ser o seu Então saia dessas amarras, se desenrola  Para ser cético não precisa ser ateu A fé é composta e muito maior do que meros dogmas e rédeas  Aprenda com a sua caminhada e não com quem inventa regras O verbo se fez carne e habitou entre nós Cheio de graça, curou a sua cegueira Sussurrou aos poucos que ouviam sua voz E disse "vai, que essa vida é passageira"

Dilê

Podem falar o que quiser Eu tenho a arte da refuta Mas eu não gasto com quem não escuta Me ponho no meu lugar de fé De boa firmeza e conduta Pois é todo dia uma nova luta Eu estou aqui para dizer Que a vida é muito curta E que você não me assusta Quem anda comigo é Dilê Sarvá meus Pais, meus Ancestrais  Que me protegem do sofrer E me guiam no caminho pela paz Podem falar o que quiser Mas se me colocar na disputa Se prepare pr'uma retórica astuta Me ponho no meu lugar de fé E se essa calmaria te frustra De meditação e respiração robusta Eu estou aqui para dizer Que a vida é muito curta E que você não me assusta (...) Mar calmo não faz bons marinheiros, eu sei Pois por onde eu ando é bem turbulento É frio e sombrio, missão que raros irão escolher Mas fazer o que? Eu disse que - Aguento!