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Mostrando postagens de outubro, 2014

Essa Insônia Tornou-se Rotineira

Escreve e escreve Para que não seja breve Para que vento não leve Uma pedra sobre as folhas Uma raíz sob as escolhas Os galhos balançam e não alcançam Não tocam o céu São tocados pela tempestade cruel Por todas as estações, olhares ao léu Aos ossos do ofício Ou ao ócio sem sacrifício Redes por entre, um hospício Um edifício e uma casa Um precipício e duas asas E você, não viu nada?

E que os ouvidos não sejam punidos

E metade Já não é boa porcentagem De minha atenção? Me desculpe Mas cada um segue uma direção E abraça sua razão Me perdoa Mas nem todo ouvido se doa E nem todo vento movimenta a minha proa Pego só as ondas que eu desejo Algumas manhãs me causam bocejo E com algumas risadas eu até esbravejo Vou a favor ou contra a maré Quando eu quiser...

Assimilar Assimetria e Simular Simetria

Sonoridade Sonolidade Sonsolidade Sou de verdade Somo idades Somos raridades Sofro em tempestades Solto na bonança das tardes Soco bem no meio de minhas metades Ventos e cata-ventos Que apenas espalham os momentos Entre os sorrisos e os sofrimentos, temos todo Tempo Lá se vai o barco e o avião de papel A abelha fazer seu mel E o pássaro em contraste no céu Todo o horizonte intocado Todo o sonho ilimitado Tudo que as nuvens têm imitado Foi a mente que fez...

Repaginar sem Mudar uma Vírgula

O que já existiu e hoje não existe mais Estranhamente me traz paz Achei interessante boa parte do futuro Pretérito imperfeito do rumo Tomei leite com achocolatado Comprei mais algum feijão enlatado Observei o porão assombrado Desenhei onde já tinha desenhado Naveguei nas mesmas páginas E chorei com as novas lágrimas

Sétima-Feira

Disse a mãe Abra a janela do seu quarto para ele respirar Disse o pai Terás que enfrentar, mas terás que respeitar Disse a professora Tem que aprender para crescer e aparecer Disse o carteiro Bom dia rapaz, hoje não tem carta pra você Saiu sorrindo e foi a melhor noticia do dia...

Teatro de Serenata

O ritmo tocou mais que a poesia em si E os olhares soaram mais que o acorde em dó Ré, Sol, maiores e menores a fazer sentir Sem ti, mi, mim, pronome gaguejado, sem voz Cantei a saudade e o saudosismo Gritei em silencio contra o ceticismo Só queria em meu peito seu ritmo Em egoísmo, mecanismo de abismo O que eu sentia e não o que sentimos Não era mais uma resposta automática, era o sim Deixei de lado por ti, todo o idealismo Não era mais uma proposta matemática para mim Apesar de toda soma, multiplicação e divisão Era só o que eu queria toda manhã e em minha visão Toda noite em meus ouvidos e nossa oração Uma vida inteira feita dessa canção vinda do coração Beijos com gosto de café e janta Aquele abraço apertado que o corpo não se levanta Amor que ninguém mais garanta Aquela paz que nos liberta de todo o nó na garganta Nos faz de nós mesmos E não desse nós à esmo

Página Em Vão

Independente do que farei ou fiz Independente do que possa me fazer calar Independente do que a história diz Independente do que o silencio faz pensar Imaginar, iludir, cegar Você faz tudo isso só e culpa o menos próximo Enfeitar, ir, vir, chegar Você refaz dignidade à dó para sentir-se ótimo A chuva cai lá fora por bem menos que uma hora Reclama ao antes sobre o depois e ao depois sobre o agora Sente saudades e mesmo assim tu não vai lá fora E então chora, independente da metáfora, espora ou aurora Se piora ou melhora De toda mudança que demora Se afora ou se aflora Não olha nem para onde mora Vem me dizer que o mundo é burro E você é tão inteligente Que prefere dividir tudo n´um muro Acreditando ir pra frente Me desculpa, mas você não leu nada camarada!

Belchior

Tá... De certo Que não dê certo O que é correto? Quem realmente é esperto? E quem é honesto? Aos estudos que presto Aos outros que detesto À tudo que seja resto Tá... De certo Que não dê certo Você já tentou?

Laco

Sinta o perfume de terra molhada Onde as vozes ecoam Lá no fim do mundo e sua estrada Onde conceitos soam E soam, ressoam, destoam e se detonam Nossos olhares voam, pousam e repousam Eu tenho muito mais perguntas do que respostas Mas nada disso importa, pois tudo isso já tem uma regra imposta São voltas e revoltas, cheio de todas ideias tortas Nada é tudo e tudo é nada, nessa eterna displicência que sufoca E eu explodi em algumas vezes Me recolhi por meses e meses...

Estação Final, na Terceira Alameda

Ela descia as escadas Com o Universo aos seus pés Ele sumia na estrada Com o seu mundo cheio de revés De todo esse caminho paralelo Os olhares de um Big Bang Ele desenhava os seus castelos E ela lia seu livro no trem Disfarces pra não serem percebidos Até os olhares se cruzarem Então eles descem no mesmo destino E seguem para outros lugares E no outro dia ele espera a rever Os horários têm que bater Mas ainda não sabe o que fazer Talvez esperar alguém ceder E isso se repete por três dias Até ele tomar sua decisão Ela será a garota da sua vida Deseja pegar em sua mão Mas ele é muito tímido Até que ela lhe abre um sorriso Talvez esse seja um aviso Um simpático – Venha comigo Agora começa uma história Cheia dos prólogos e prefácios Nem tudo ficará na memória Pós final feliz, vem o outro lado Uma pequena parte eu posso até cantar Mas o resto, não serei eu que irei contar

Epinefrina

Só não vai se aventurar Aquele que tem medo de morrer Só não lê algum livro Aquele que realmente não gosta de ler Só não chega na frente Quem tem preguiça de correr Só não vai se apaixonar Quem tem medo de se arrepender

Sim, Lenço

Não espere que eu me recorde de cada vírgula Cada centímetro simétrico Não espere que eu decore cada uma das figuras Cada sentimento sintético E que a minha treva, te devore Pois o que se leva, não devolve Não serei seu amor Nem ao menos seu ódio Não serei se clamor Nem ao menos seu pódio Não serei sua imagem de santo curandeiro Nem ao menos um troféu que fica guardado Não serei a sua viagem sem Pai ao terreiro Nem ao menos o réu esperando ser julgado Serei o que de longe, você ainda observa...

Teatro de Erosão

Mágico, magnético E magnífico Um trago tragédico Em sacrifício Um vício sem virtude Pois eu vi sua atitude Abrem-se as cortinas Na fúria com a rotina Sobem-se as esquinas Sabe se lá das retinas Diz, se desmaqueia toda de saudade Borrachas que borram a felicidade Era desenho, poesia e conectividade Era resenha, reserva de veracidade De voracidade veemente E sua velocidade demente Sumiu faz quatro minutos, pela porta E só por enquanto ninguém se importa

(Des)Abar

Às vezes vem e me diz tudo aquilo que desejo ouvir Outras, se vai em silêncio, mesmo quando está por perto Não sei por quanto tempo a máscara suportará sorrir Contra o que chamei de Amor e hoje chamo de desafeto Os dedos no boné baixo escondem o rosto, o desgosto...

Pode vir outra Tempestade!

Suor frio Senti um arrepio Ecoa ao rio Ventos, assovios E eu, que nem amo mais Me perdi num pântano Lembrei como era ter paz Aos prantos e orando Tirei toda força de minhas reservas Recuperei toda luz em minhas trevas Burlei todas as leis das suas regras Naveguei contra o vento e sem velas Pode vir outra Tempestade, que eu aguento Só me deixe aproveitar um pouco dessa breve e tão leve bonança Pode vir outra Tempestade, que eu aguento Só me deixe recuperar alguma porcentagem de minhas esperanças Não sou de ferro, mas eu não sou covarde Então é sério, pode vir outra Tempestade!

Foliar Livros, Discos e Riscos (Prosear Poesias)

Do que adianta sonhar E acordar na cama? Do que adianta levantar Se sua fé não anda? Não gosto muito dos dias que se passaram em vão Não aleatóriei músicas e eu não dancei Não gosto muito dos dias em que não toquei violão Não folheei um livro ou que não foliei Gosto dos dias em que pude transformar ao menos uma coisa em Poesia

Só Isso!

Eles te pedem conselho Mas o que querem é um consolo Aí, apenas vão supondo Enquanto esse Sol, vai se pondo Todas as dores no corpo Nos pedem para deixarmos tudo para amanhã Precisamos de um sopro Pra revigorar a força da determinação campeã Vamos assumir a vida e viver Reconhecer a vitória e vencer Só isso...

(Muitos) Verão

Muitos não entendem o poder do sacrifício O esgotar de uma força que é cada vez mais, reposta Muitos se entregam e se perdem em vícios A encostar em uma poça de perguntas sem respostas E você, o quer faz?

Heras

Mania da humanidade É sentir a sua saudade Roupa larga E o coração apertado, selado Anda largado Dentro do olhar, aprisionado Celas, células, sequelas Martela, quebras e quedas Os filhos da poesia Herdaram frases de amor, sem poder amar Os filhos da teoria Herdaram as sabedorias, sem poder sambar Um sereno sem serenidade No terreno, tem tempestade Os filhos da bonança Herdaram cicatrizes, mas podem cirandar Os filhos da temperança Herdaram raízes, para plantar e reflorestar Indo e voltando para lugar algum Ogum olhai por esse rapaz comum

Clube 38

Crases em dia vazio Um silêncio que não fiz E passos entre o frio Dentro do que não quis Poesias que não escrevi Me fizeram mais falta do que a sua presença Teorias que não quis ouvir Me fizeram mais explosivo que sua ausência Sua urgência Sua tendência  Eu dormi a tarde toda E tive insônia na noite Queria mais é se foda E observei o horizonte Eu li cartas que só me diziam coisas boas E é estranho como essa solidão soa Um alguém que não perdoa, que não doa E é estranho ser chamado de pessoa Parece mais um ato monstro Exposto nos olhos e no rosto Mirando com cautela Longe, em qualquer janela Casas, prédios e capelas Ascendam as velas pra ela

Desencanto

Só se faz tabela Com muita, mas muita cautela Lapida parcelas Em um terço inteiro da capela Bem onde tudo é cela Não é ela a minha Cinderela Só mais uma donzela Qualquer, sem choro ou vela

Odeio quando eu falo demais...

Sorte no amor Para aquele que joga com o azar Sente o sabor Quem se submete experimentar Sorte no jogo Ao que pode ficar para o churrasco Sente o fogo Aquele que volta pra casa apressado As vantagens Só dependem da observação aos gramados do lado Suas viagens Só dependem do que tu tem sonhado e caminhado É bem mais fácil complicar O atalho é estreito e o caminho é longo e demorado É bem mais simples implicar A batalha não é apenas de palavras que tem gritado Faça um pouco silencio gélido O passado se repete de modo profético Disfarça que respeita o cético O futuro se repete de um sonho poético Tenho valorizado mais as qualidades E tenho deixado de lado tudo o que seja quantidade Tenho valorizado mais suas verdades E tenho obtido liberdade daquilo que causa saudade Lotei minhas linhas de rima Com tudo aquilo que nos fascina Em cada poeira que ensina O vento na face traduz minha sina Não sou tão bom com as palavras, q

Bom... Não é Bem Assim!

Todo os nossos heróis foram comprados E viraram bonecos, bonés e camisetas A vida toda que passaria em nossos olhos Se transformou em poesias de gaveta Eu percebo os olhares em cada cicatriz E em cada parte, em cada tatuagem do corpo Percebo as vozes em sussurro de juízes Todos se achando melhores do que os outros Mas falador, passa... Pelo amor! Não importa como você se personaliza Fala que todos são iguais e assim generaliza Não importa o quanto você se esquiva Fala de todos, demais e rouba a nossa brisa Falador passa, passa mau por favor!

Vidrar

Inventou e ventou Trafega, trafica e trancafia Intensa é a intenção Sorrisos, sussurros, surrupia As luzes da cidade, longe Atrás das nuvens, ela se esconde Mais bela que o horizonte É agora, não há amanhã ou ontem A Lua traz força à poesia E sonhar, é essa anestesia

Lotes Lotados de Vazio

Disse que faltou água e que faltou essência Entre desistência e sobrevivência Disse que faltou a Luz dentro da frequência Entre a decência e a resistência Explodiu e os olhares se transformaram em dimensão  Em um terço do quarto, a metade inteira da imensidão 

End of Track

Contagem regressiva Em viagem agressiva E finalidade decisiva De toda farpa incisiva A cura após loucura Água mole em pedra dura Amar sem amargura E levam surra, sem tortura Anestesiados e alienados Agonizados e alucinados Eu cansei Não mais ansiei e tive ânsia Eu dancei Eu não te tirei para a dança Só veio quem quis unir os polos Em negativo e positivo aos solos

Personagens de um Livro Infame

Do que adianta falar ou cantar Sem aprender, sem saber O poeta, a contradição do amar Sem ceder, sem envolver Sob o tumulto, um corpo Sobre o tumulo, um corvo O que nos faz pensar na vida, é a morte Até onde vamos esgotar todas as nossas gotas de suor Mas a fartura nos faz esquecer da fome Dos outros e das classes divididas entre menor e maior Nós ainda somos cegos Refletidos em nosso ego Perdidos... A gente se mata para viver ou sobreviver?

Teatro das Culturas

Não contei migalhas Cortei o que me traz falhas Não apontei navalhas Aprontei, mostrei máscaras Teatro das culturas Valores desempenhados nas ruas O que gera injurias Nos muros, redesenhos de fúrias Teatro das culturas Calores desesperados na luz da Lua Clara noite de murmuras Juras que não se conjura, se conjuga Tudo o que é mostrado na tela, é pra te cegar E o que está à sua volta não tem mais valor, é só ar Tudo o que é cantado nas ondas, é para secar E o que está à sua volta, perde sua poesia sem soar Onde estão as vírgulas e os pontos finais? Eu que não sei... Meu Deus, como é que se reza pela paz? Eu que não sei...

Ensaio Sobre a Olheira

Silenciosa explosão Fato e ficção Tamanho e dimensão Tato e tensão Fato raro da frequência Cresça Ato sábio da existência Crença Cada um tem tudo aquilo que merece Disse aquele sem conceito, sem prece Sem pressa... Vai caralho, se mexe!