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Mostrando postagens de setembro, 2013

Acústica Mente

Dar e receber não é amar, Amar é saber se compartilhar. Não sinta falta de quem não sente, Não ande com as correntes ou os cemitérios em sua mente. O que pensar irá atrair rapidamente, Não sabe o poder que tem, então seja prudente e coerente. Dar e receber é se cegar, É enxergar o que quer acreditar. Família e amigos, sentir-se seguro, Tanto em seu presente, quanto em seu futuro. Assim disse o tal homem maduro, Sem medo de escuro, do outro lado do muro. No qual a opinião, vou respeitar, Mas aceitar ou acatar, eu sei lá!!!

A Biografia, É Uma Composição...

Turista na própria cidade, Tirando foto de todas as paisagens. Parece uma infeliz vaidade E pode até parecer que é bobagem. A baixo de toda piedade, Sempre do hábito, fazendo uma viagem. Superando toda finidade, Com vontade e a vantagem da bagagem. Uma poltrona e um livro, Para modificar os pensamentos da rotina. Da janela, reflexo e vidro, Pensamentos e novidades em cada esquina. Teorista de admiração, Onde tudo é uma benção. Terrorista sem nação, Sem noção e sim, de ação. A alma de uma criança pasma, Sem medo de altura ou de fantasma.

Cavea

Um erro grave Uma bola na trave Perder a chave O bemol e a clave A face da conclave A abdução na nave Ao lado da arvore Pelo tesouro, cave Canta a ave Um som leve e suave Sem entrave Com outras bobagens

No Canto

O assunto mais produtivo, De ficar parado observando seus olhos e sorrisos. Esperando qualquer frase, Encantadamente sem folego ao lado de seu brilho. Uma musica de Anos Sessenta ao fundo, Alguém que queria mudar o mundo. De minutos à segundos e eu quase surdo, Eu paro de prestar atenção em tudo. O foco torna-se único... Desvendar de seu rosto ao seu gosto, O que tenho de suposto e oposto. De recomposto, mostrar-me disposto, O que tenho composto ou exposto. Enfim... Oi?

Em Quinze Minutos...

Atrasado, Mas sem ver a sua hora passar. Admirado, Relembrando o que é acreditar. Lembra-se de ver a hora, Sai correndo igual maluco. E então já é outro agora, Não outrora, não caduco. Quase em cima, hora certa, A oferta, o alerta e a coberta. Em Quinze Minutos...

Sobre os Amores

São tantos há vezes e às vezes, Alguns pesados e outros mais levez. São muitos dos poucos meses, E, bastantes dias de um ano desses. Tudo que chegou, Que o tempo levou. Tudo que passou, Que o tempo deixou. Proteger amores , Ou proteger-se do que é amar. Desenhar valores, Ou desdenhar-se de seu sonhar. Não é cuidar ou deixar escapar, É serem um e em um, compartilhar...

Sápia

Na luz tua sombra te deixa maior, Você fica mais forte no reflexo. Pode observar esse mundo melhor, Ver um brilho no olhar perplexo. Só não olhe direto para ela, Ficará cego. Olhe para o que ela ilumina, Perca seu ego. A Luz ilumina a todos, Do lodo ao êxodo...

Filosofia de Primavera

Para um jarro, um regador, Para a floresta, uma tempestade. Para um jardim, uma chuva, Para o mundo, uma intensidade. Planta e para florescer é preciso disso, Esterco, água, luz, escuridão e um ciclo. Plante num jarro, que só você possa observar. Plante numa floresta, para muitos verem. Plante num jardim, em que só raros vão estar. Plante no mundo, para eles entenderem. O bem, o mal ou o que você quiser, Então sinta a brisa e o perfume que vier.

Sistema de Circo

Elefantes de circo, Presos ao que não os aprisionam. Mas acostumados, Acomodados, não se posicionam. Sistema de circo, Levantem-se e façam seu show. Mas abandonados, Só ficam felizes ao gritarem Gol. Como a criança que chora E perde sua atenção a qualquer hora. Como um homem que ora E apenas se acostuma com a demora. Não peço para que você recua, Nem abandonem sua fé. Mas sim, não abandonem a luta, E, mantenham-se de pé.

A Oração do Palhaço

Sorria, chore, se mecha e observe Ande, alcance e suba Desça escorregando ou correndo Mergulhe e tire a blusa Abra seus braços e sinta o vento Sinta o sol ou a chuva Abrace forte o que te faz fraco Liberte-se da repulsa Viver é totalmente ao contrário de estar morto Abra os seus olhos, se espreguice e lave seu rosto Viva o hoje, o amanhã não há Poesie a sua musa Que entre em todas as estradas Foda-se as curvas Viver é totalmente ao contrário de estar morto Enquanto procura um destino, una a alma ao corpo

Conta o Quanto

O sonho intenso te derruba da cama, Te faz gritar sozinho. O banho demorado te faz sentir fama, Te faz cantar sozinho. Contar estrelas tem cheiro de grama, Te faz observar sozinho. Inflama a chama e na lama vê a dama, Te faz pensar sozinho. Por quanto tempo sonha sozinho? Acorde e abrace o seu caminho... Quem vive de passado está parado, Se sentindo fracassado. Mas quem tem alguém ao seu lado, Não está sendo puxado. E sim, guiado...

Velho Amigo

Brilho intenso de velhos amigos, Poucos que consigo ainda ver comigo. O trilho do caminho que eu sigo, Digo adeus ao perigo e olá ao abrigo. Às vezes brigo E até me coloco de castigo. Sinto-me mendigo Quando não estou contigo.

Fora de Senda, em Cena

A paisagem na tela não tem perfume, A garota bela, é cheia de ciumes. A velha história que você não assume, A tradição agregada de costumes. Queremos calma, abaixe o volume, Um prato de dietas e legumes. A mesma direção de todo cardume, Segue os rastros de estrumes. Saia do caminho uma vez, Não se importe com o talvez. Tente enxergar com nitidez, Agora faça algo que nunca fez.

Vidit

Era de se esperar, Era como foi previsto. Era só estreitar, Era olhar pro abismo. Enfrenta com o seu desespero, Despeita sem sujeito. Enfeita o que já tinha sido feito, Desfeita do suspeito. São várias receitas, Suas plantações e colheitas. E quando se deita, Vai da esquerda pra direita. Não dorme e não tem fome, O seu pronome, apenas some.

Menina...

Sumir para se procurar, Ao fugir para alguém te encontrar. Intervir para se inventar, Destruir para alguém te concertar. Parece ser um tanto tolo, Esse seu ciclo de amores. Seus alicerces de tijolos, Cheio de sabores e cores. Onde pouco se fala e há uma ação, Um final feliz que tenha continuação. E uma pitada de melodrama, Ao contar estrelas, deitada na grama. Um olhar suave de ser dama, Ao esperar que te coloquem na cama. De sentir pela manhã, Carinhos suaves em todo seu cabelo. Sentir o perfume na lã, Não se preocupar com os seus medos. Todo mundo procura um amor eterno, Que possa lhe aquecer de todo inverno.

Monge

Para aprimorar suas técnicas, Priva-se de alguns sentidos. Primeiramente você se cega, Melhora seu olfato e ouvido. Cai e também tropeça, Mas sente e ouve melhor, a ventania. Se refaz de sua queda, Na procura de sua perfeita harmonia. Vai se privando de todos os outros, Aos poucos torna-se apenas tato. Aí vem a meditação e seu reencontro, Seu interior e sua mente em contato. E tudo foi apenas uma experiência, Caso perdesse algo de verdade. Você percebe que não há ausência, Quando volta para sua realidade. Não deixe de orar nem de se aprimorar, Mas também nunca deixe de viver e amar.

Teatro de Parvos

Tratado de farsa, Que recebe de graça. Sem comparsas, Máscaras à ameaça. A arte da traça, Religiões e raças. Violão e praça, Cigarro e fumaça. O homem sábio, De tanta cachaça. Se acha caçador, Mas ele é a caça. É a piada!

Correntes e Correntezas

Espero que um dia você volte E se for possível, que me note. Espero que de novo me adote E não seja sonho, mas a sorte. Espero que novamente me derrote E inesperadamente eu te darei um bote. Eu espero de um modo nada forte, Para mostrar nosso quadro de recortes. Sei que o que espero, não é o que preciso, Sei que o que eu quero, é ouvir o velho suspiro. Mas assim deixo as águas correrem, Numa correnteza à escupir pedras. Assim verei as correntes se romperem, Pra levantar e gritar à minha queda. "VENCI!"

De Olhos Fechados Somos Inventores

Há sempre uma nova paixão, Cálculos e estrelas cadentes. Há sempre um nova oração, Seja ela gramatical ou crente. A sua fé moverá muito mais Do que sua questão. Somos mais que perguntas, Somos a imensidão. Desce a ladeira mais rápida de bicicleta, Tem caminho lento no triciclo. A subida é cheia de curvas e não é reta, Há a criança, o velho e o ciclo. Todos pensamentos de uma paisagem, Pessoas que nunca viu. Todos fazendo parte de uma viagem, Que ninguém te sugeriu. Imagina e sonha com o que não existe, Mas de alguma forma, em sua mente residem.

Hemisférios

Às vezes tento ver e prever o futuro, Mas o que há, são algumas incógnitas. O muro dos inseguros é tão escuro, Onde imaturos, só esperam respostas. O futuro se responde com o passado, Só irá errar, se continuar fazendo errado. Não te jurei amor eterno, Não sou e nem serei seu fraterno. Não gosto de usar terno, Não sou páginas de seu caderno. Setentrional e Boreal, Os solos e os polos. Meridional e Austral, Os tijolos simbólicos.

Duas e Dezessete

A chuva e a vontade de dançar, Observando a Lua que está cristalina. As curvas e tu sem se importar, Com o que verás na próxima esquina. É o agora, é a alma sendo lavada, Onde o antes e o depois não são nada. O seu pequeno paraíso, Entre a Rua e a Avenida. Você e sua falta de juízo, Paralisado ou em corrida. É o agora de chuva e madrugada, Onde o antes e o depois não são nada.

Teatro de Corvos

Tempos bons trazem muitas amizades, Mas só tempos difíceis expulsam o que é falsidade. Reação conforme bondades e maldades, Onde há formas de sua vaidade ou de sua piedade. Recebemos o dom da arte, Onde eles nos é dão quadros, pedras ou papeis. Temos que usar a realidade, Sabemos que não podemos esculpir com pinceis.

Guerrilha de Esquerda

Em frente à charrete e o chicote, Enfrentam o gabinete e seus botes. Em cima de bilhetes ao Quixote, Em baixo de tapetes e seus trotes. Nossos sonhos são tão capitalistas, Que poço dos desejos recebem moedas. Nossos planos são pouco realistas, Que cavamos covas e plantamos quedas. As bandeiras são tão velhas, Que suas batalhas se assemelham belas. As preces parecem singelas, Mas foram todas feitas para uma novela. Até seus conceitos são seu ego, São a luz que vos deixam cegos.

Muralhas de Areia

Seu reino é a tática, Seu treino sempre é a prática. Guerreiro da lógica, É um escudeiro de sua fábrica. Corpo cansado,  Mente sem sono. Insônia ao lado, O calor é o dano. Sente falta do cheiro de chuva indo ao asfalto, Hoje não há as danças e nem preces lá pro alto. Mas é Castelo de areia, no meio do Deserto, Onde não há inverno e o mar nem chega perto. Aqui é o seu lugar, Dos males ao escapar. Onde pode sonhar, Seus muros à te tutelar. Transforma o pouco em muito, A proteção do corpo, é o mutuo.

Poesia de Sotaques

Essas musicas que você ouve sozinho, Pós conversas de controvérsias sem seus versos. Esses sotaques nordestinos tão lindos, Esses dedilhados da realidade de um livro aberto. Essas musicas poéticas para decifrar, Para pensar em amores e nos caminhos a seguir. E vozes avessas na mente à atravessar, Samba, bossa, soul de que sou a reagir e a ouvir. Rocks, forrós e axés, E um monte de coisa, que eu nem sei o que é. Elétricos e maracatus Sanfona, vatapás, chimarrões, o Norte e o Sul. Gaitas, escaletas e flautas, Arapuca, carapuças e alguns Trios. O cigarro, o ar e sua falta, A mata, a seca, a cerca e alguns rios.

Raiz Forte

Minha formalidade ultrapassa as barreiras. Minhas porradas, dentes. Minhas lutas, impulsionadas por bandeiras. Minhas táticas, pela mente. Se eu for agir, considere a sua derrota...

Pós Expediente

No expresso, várias expressões, Mas no recesso de várias facções. Os sorrisos até que permanecem, Mas suas lamentações prevalecem. Nascem todos os dias, Alguns líderes do caos desumano. Enquanto apenas sorria, Existiam os planos em meu crânio. Pra sair, terei que fujir, Mas ainda estou preso aqui. Preso a mim e a fingir, Próximo do que seja, sumir. O ultimo vagão, do ultimo trem. Um ultimo reflexo de sabotagem.

Missão Marte

Atrás de cada porta, Um novo quarto de quadros e artes. Atrás de cada revolta, Uma bandeira esperando o descarte. O pão que não se reparte, Onde o primeiro finca seu estandarte. Uma conquista em Marte, Sem as pilastras e sem seus baluartes. Terra Nova, uma Ova...

Caucás

As coisas são bem mais bonitas na mente, Do que na própria frente. Suas lutas são mais do que pode perceber, Suas fúrias não são você. Palco dos desesperados, pelo apelo e socorro, Palácio dos depreciados, em medo e sufoco. Conquistamos o fico e conquistamos a perca, Do modo que sabemos, em portas e cercas. Não falo tudo o que penso, Nem penso em tudo que falo. Faço preces ao bom senso, Em muitas vezes que me calo. Quando não, sente o som do meu nó guardado, Não só garganta, mas do corpo inteiro atordoado.

Lobos, Cordeiros e Serpentes

O sentido vem depois da direção A benção, depois de sua oração As crenças, depois da comunhão E a sabedoria, depois da audição Silencio e auto-falantes Sua respiração e os esterilizantes Depois, agora e antes Os pequenos, médios e gigantes Um sorriso bobo, igual ao soluço O olhar mais sensual, quase vesgo O despertar, parecido com susto Sua raiva, mascarada por sossego A planta e a semente O adubo e a sede A pintura e a parede O cinza e o verde Horizontes tão diferentes Lobos, Cordeiros e Serpentes

Semoto

São os meus estudos, A arte que mais me deixa confuso. Perco alguns parafusos, Cego ao mundo, observando mudo. Me pego olhando pro nada, Eu peco sem uma risada. A piada não foi engraçada, Certo de atenção tirada. Eu não estou realmente aqui, Nesses últimos dias...

Asas Confusas

Hoje eu acordei estremecido, Por um sonho esquisito. Sentindo o olhar de um anjo, Mesmo assim, um dano. O dano mental pelo inexplicável, Um pensamento nada estável. Com tudo que parece provável, Na espera do que é mutável. A evolução da alma, A expansão do espírito num corpo tão pequeno. A extensão das asas, Ao ver sentidos e caminhos, ver vidas e venenos. Os pelos da pele e o interior, Difícil de se decifrar. A lembrança de uma visão, Forasteira de explicar. Tentamos todos os dias saber qual nossa missão, Descobrir o que Deus nos deu, para a nossa unção.

Descautelo

Há uma ilha e um naufrago Há museus e cemitérios sem os tragos Há um reparo e um estrago Há tempestades cheias de relâmpagos Estudos, que da losa eu apago Sonhos, de talvez ser um mago Na verdade, tudo é mero lago Que não largo, não há pressago Onde vago gago, No silencio do âmago.

Pseudo Pitágoras

Talvez fosse muito mais simples a ti, Pisar na Lua enquanto estava sóbrio. Talvez seu peito fosse levado à sério, Se seu brilho não refletisse um otário. Talvez suas lágrimas ganhassem abraços, Se suas suplicas não chegassem do chão. Talvez você poderia ter bem mais amigos, Que sarjeta, esquina e um mero calçadão. Pouco faço, Leva o maço...

Messis

O seu silencio em si só, É mais que uma vitória. Pois falar tudo que pensa É a sua própria derrota. Perca a batalha pra si mesmo, Onde o firmamento torna-se Guerra. Você veio só e voltará sozinho, Enquanto toda a sua terra te enterra. Ela não é sua, você que é dela. Depende do corpo deste mundo. Ela não é sua, você que é dela. Apegado ao que é ciclo de adubo.

Egos, Cegos e Pregos...

Leituras labiais, Telepatias silenciosas. Mensagens faciais, Terapias pretensiosas. Não sou sorrisos, Sou o caminho eu que trilho. Não sou improvisos, Nem o túnel e nem o brilho. Pessoas apenas ficam cegas, Se olharem só para a luz. Nem todo mundo se entrega, Ou morre por ti numa cruz. Não faça comparações, Nem finja que estou em suas orações. Não conclua ligações, Nem me coloque em suas exposições. Deixe o drama para livros e palcos...

Presente de Fantasmas

Olhares que já ganhei, É só fazer e eu lembrar de alguém. Lugares que já marquei, Revê-los, é aquilo que me faz bem. O pulmão e o coração, Se tornam um só. A pulsação e as mãos, Recebem um nó. Nas vozes, que eu sempre terei...

Piche

Não gosto de matemática E mesmo assim, sou cheio de contas malucas na cabeça. Eu adoro nossa gramática E mesmo assim, acho que ela é cheia de suas avarezas. Chego a preferir, os poetas das Ruas...

Tolos, Sismos

De que raça somos? Vejo traços de meus antepassados, Mas não tenho a mesma mente. Vejo passos de um mero culpado, Que tenta não pensar diferente. Mas... Estou cego aos seus sexismos, E, surdo do aos seus ceticismos. Mudo ao que eu sempre cismo, Mas não mudo meus idealismos. Não me guio para o mesmo abismo, Não sou usuário do mesmo mecanismo. Não observo tudo com o pessimismo, Meu organismo desintegra o fanatismo. De que raça somos? Odeio compará-los aos vermes, Acreditar em visão de Águia. Odeio comparar por epidermes, Então oro à todos meus guias. Peço paz...

Frigida

É mais belo do que aparenta E poucos o observam É mais frio do que apresenta E muitos se congelam Você toca a estrela, estrela do mar Quando era mais importante sonhar

Orae

Não te trago pra onde estou, Mas sim, pra onde eu sempre vou. Um abraço que nunca ganhou, É o universo maior do que sonhou. Respeite e descanso do corpo E o corpo respeitará as vontades da alma. Respeite o caminho do sopro E você terá os teus ventos em sua palma. Tudo aquilo que não entende, É aquilo que não está pronto pra entender.

Estirpe

Sou a minha religião, Sou meu aprendizado. Sou rascunho da lição, Rabiscado e apagado. Concluído numa outra forma, Uma que parece ser bem mais bela. Biografia de extensa reforma, Antes eles que ascendam suas velas.

A Lua e o Teorista Tagarela

Já fez parte de minhas poesias E nem sabe. Sua visão já foi a minha teoria E nem sabe. A distância é uma ligação inexplicável, Os humanos não, somos almas buscando a nossa conexão. A infância é uma lição do que é intocável, Os planos não, são de onde muitos vêm e aonde todos vão. Há muitos erros na paisagem, O de observar e perder a própria direção. Há muitos medos na viagem, O de mapear e acreditar apenas na razão. O sentido só se faz, Quando se tem paz. Limpe seu vaso, Deixe-o vazio para um novo acaso. Sinta meus passos, Siga meus tragos, para onde te trago. Terrorista de sua alma, Teorista de sua calma... Não me ouves cem por cento, Mas falamos de raízes e liberdades do momento. Tu que me sorri junto ao vento, A musa que em silencio, me enxerga por dentro.

Sonâmbulos

Eu gostos dos sonhos, Mas amo minha realidade. Respeito sonâmbulos, Que abraçam sua vaidade. O que existe na mente, Nem sempre é semente. O que a alma pressente, É o ausente tão presente. Os olhos, estão nesse plano...

Súplica da Rua

Causa e efeito, Asa com um mero defeito. O Papa eleito E mais bolsos pro prefeito. Nascido no desrespeito, Vivendo de preconceito. Assim anda todo sujeito, Subjuntivo de insatisfeito. Pés descalços, Calo grosso no calcanhar. Fé sem laços, Quase no osso à apanhar. A mala no peito, Certo de seu estado de suspeito. Um pedido feito, Prece de que mudem o conceito. De joelhos a chorar, O homem que tinha medo de orar.

Lecter

As magias de um mundo finalizado Vários objetos mágicos sem qualquer utilização Pericias da máscara de seu estado Não me importo com a mente dessa civilização

Minha Sexta-Feira

Sempre aprecio toda a paisagem da rotina, Todo o caminho diário de minha retina. Aprecio cada rachadura nascida na parede, São desenhos que se formam na mente. A pedra intrusa em meu sapato, Feche de luz que me desperta em meu quarto. A paisagem por poucos notada, É aquela imagem que merece ser fotografada.

Frágua

O homem é uma história de suas batalhas, De vitórias e de derrotas. O homem é um metal forjado na fornalha, De memória e incógnitas. O homem é a saudade de estar descalço, É a vontade de reaprender à amarrar o cadarço. O homem é o sonho de ir para o espaço, É também um pedaço do cansaço de seu terraço. A pena... É para os que são nada!

Sabiás

Muitas vezes eu quis parar o tempo, Mas nem sempre quis ser o eterno jovem. E um dia eu já sonhei em ser adulto, De contar minhas histórias e fazer o bem. Esses sonhos que toda criança tem, De não ser no mundo, mais um ninguém.

Ecos da Madrugada

A gota da pia, que atravessa a casa inteira Parece estar bem perto e dentro da sua cabeça Seu menor ruído se parece com um rugido Com o maior cuidado, começam a cair as peças Os seus passos, nas pontas de cada pé Se parecem com passos estrondosos dos gigantes As bandeiras, estremecendo nas praças Bem diferente de antes, galantes e agora gritantes Você olha pra Lua E ela é a única a fazer um simples silencio. Vocês conversam E ela é a única que aparenta ter bom senso.

Telescópio

A cada fechar de seus olhos, Um novo sonho. A cada tombo que levamos, Um novo plano. A utopia é a nossa essência E a crença, nossa maior ciência. Um dia paramos para observar as estrelas, Falamos sobre a existência de vida lá fora. Só não podemos parar de olhar pra dentro, Temos que entender que há vida no agora,

Toca Raul

Imagens subliminares, Frases cheias de pilares. E em meio a milhares, Bilhares e seus templares. Mas uma garganta sem língua, Aos males da mente entorpecida. Aos bares atrás de mais pinga, Aos trajes na cantiga da catinga. Faz sentido à sarjeta, O sargento sem sua corneta. A jaqueta do profeta, O poeta e o fim do planeta. Não sabe de onde veio, Se ele é do Norte ou é do Sul. Mas ele estufa seu peito, E, do fundo grita - Toca Raul.